Análise de estigmas sociais que influenciam na vida de indivíduos com hanseníase
Palabras clave:
Estigmas sociais, Hanseníase, Atenção Primária à SaúdeResumen
A Hanseníase é uma enfermidade milenar marcada pelo preconceito, discriminação social e exclusão por muitos séculos, desde que era conhecida como lepra. É uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, cujas manifestações clínicas têm predominância na pele e/ou nervos periféricos. No entanto, mesmo com os avanços tecnológicos que objetivam o tratamento para a doença, estigmas sociais enraizados pelo o preconceito ainda persistem na contemporaneidade, tendo um alto poder de influência na qualidade de vida de pacientes diagnosticados com Hanseníase. Objetivou-se, aqui, identificar estigmas sociais que afetam de modo direto e indireto a qualidade de vida de pacientes hansenianos, bem como a análise da representação social dos indivíduos hansenianos na contemporaneidade. Trata-se de uma análise de publicações recentes, de 2015 a 2020, nacionais e internacionais da Scielo, Pubmed e Medline que abordam a história social da hanseníase, desde os mais remotos tempos até os atuais. O termo estigma foi criado pelos gregos, a fim de relacionar sinais corporais discrepantes com um padrão imposto pela sociedade, sendo estes indivíduos excluídos da comunidade. Contudo, os estigmas e preconceitos associados à moléstia permanecem no âmbito atual da sociedade, remetendo os indivíduos hansenianos ao tabu da exclusão, segregação social, dificuldade de aceitação de si mesmo, sofrimento com sua aparência e morte, tendo como principal causa a persistente heterogeneidade dos indivíduos com a doença, desde tempos arcaicos à contemporaneidade, e a escassez generalizada de informações da população sobre as condições atuais de cura e tratamento da hanseníase. Conclui-se, então, que a hanseníase continua sendo conhecida como uma doença arcaica incurável. A internalização psíquica de sentimentos como medo, vergonha, culpa, exclusão, rejeição social e raiva continuam trazendo grandes sofrimentos e dores aos portadores da doença, comprometendo sua qualidade de vida na sociedade, fazendo-se necessária a disseminação de conhecimento científico à população.