Demandas de atendimento na Atenção Primária à Saúde privada durante a pandemia
Palabras clave:
Atenção Primária à Saúde, Necessidades e Demanda de Serviços de SaúdeResumen
Em Belo Horizonte, a pandemia da COVID-19 teve cerca de 42.236 casos confirmados e 1.242 óbitos, causando inúmeras transformações na saúde. Nesse contexto, as rigorosas medidas de isolamento social e o redirecionamento do fluxo de atendimento na Atenção Primária prejudicaram a integralidade, longitudinalidade e a equidade do cuidado, criando uma lacuna que favoreceu o agravo de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade e ansiedade. Nesse contexto, é necessário intensificar as medidas de vigilância epidemiológica, a fim de orientar ações capazes de mitigar essa tendência. Objetivou-se, neste trabalho, analisar os impactos da pandemia sobre as demandas de atendimento na rede de Atenção Primária privada, além de compreender o papel desempenhado pela APS no contexto da pandemia e identificar mudanças. Foram colhidos dados de 383 pacientes conveniados que procuraram o serviço de Atenção Primária à Saúde, ofertada por um plano de saúde privado. Selecionou-se indivíduos atendidos entre 14/07/2020 a 18/09/2020, de ambos os sexos e com idades bem variadas, entre 7 e 69 anos. Após a seleção, registrou-se as cinco principais queixas de cada paciente, os encaminhamentos realizados, o número de exames solicitados e se havia sido ou não sua primeira consulta naquele serviço. Observou-se que, dos 383 pacientes selecionados, 250 estavam em sua primeira consulta no serviço, o que revela dificuldade de acesso do retorno ou busca por médico de referência. Os encaminhamentos distribuíram-se para nutrição (15%), psicologia (12%), urologia (9%) e especialidades cirúrgicas. Já os problemas mais recorrentes foram obesidade (55 casos), hipertensão (49), ansiedade (45), diabetes (31) e depressão (28), mostrando o impacto negativo da pandemia sobre a saúde dos usuários. Conclui-se que houve aumento e mudança de perfil das demandas de atendimento na Atenção Primária à Saúde privada durante a pandemia, que passaram a ser mais variadas. Assim, a APS deve intensificar medidas como telemonitoramento e busca de atividade de usuários com condições crônicas.