A Atenção Primária à Saúde no controle das infecções do trato urinário em gestantes
Keywords:
Atenção Primária à Saúde, Doenças do Trato Urinário, GestanteAbstract
A infecção do trato urinário (ITU) é definida pela presença de patógenos no sistema urinário. Constitui uma das principais causas de consulta na prática médica e representa a infecção bacteriana mais comum na gestação. Esta infecção apresenta quadro clínico variado, desde assintomática até sintomas clássicos, como disúria e polaciúria. Na gestante, pode resultar em problemas maternos e fetais, especialmente a ruptura prematura de membranas amnióticas, o parto pré-termo e prematuridade. Nesse contexto, a Atenção Primária à Saúde (APS) é essencial para uma abordagem adequada às ITUs nas grávidas. Buscou-se, como objetivos, caracterizar as ITUS na gravidez e determinar o papel da APS nesse contexto. Como metodologia, utilizou-se revisão de literatura mediante busca nas bases de dados: Pubmed e Bireme, em setembro de 2020, com os descritores: “infecção do trato urinário”, “atenção primária” e “gestante”. Quanto aos resultados, constatou-se que a ITU é a terceira intercorrência clínica mais comum na gestação, acomete de 10% a 12% das gestantes, e complicam cerca de 20% das gestações com agravos severos materno-fetais, como: trabalho de parto pré-termo, corioamniorrexe prematura e pré-eclâmpsia, além de prematuridade e óbito fetais. Todavia, a literatura ratifica que gestantes com acesso à atenção pré-natal apresentam menor índice de doenças e o feto tem um melhor crescimento intrauterino, fatores que contribuem para a redução da morbimortalidade materna e perinatal. O que confirma a extrema importância da APS, frente a este problema de saúde pública, no papel de prevenir, detectar precocemente e tratar adequadamente da infecção, uma vez que todas estas ações são oferecidas durante a realização do pré-natal, de forma gratuita, pelo SUS. Com isso, torna-se evidente a grande prevalência da ITU na população gestante e seus agravos, tendo a APS um papel fundamental na redução da incidência e gravidade da infecção, através do sistema de saúde pré-natal e, com isso, reduzindo-se agravos maternos e fetais.