Atitudes e hábitos alimentares de mulheres privadas de liberdade: uma análise da garantia ao direito humano a alimentação adequada
DOI:
https://doi.org/10.34019/1809-8363.2021.v24.32635Palavras-chave:
Mulheres, Comportamento alimentar, Penitenciária, Direitos HumanosResumo
A população carcerária feminina brasileira encontra-se submetida a precárias condições de reclusão que afetam a garantia do direito à alimentação adequada e o respeito à dignidade da pessoa humana. Contudo, pesquisas acerca desse tema ainda são escassas no Brasil. Objetivou-se avaliar atitudes e hábitos alimentares de mulheres privadas de liberdade sobre a perspectiva do direito humano à alimentação adequada, além de investigar as mudanças ocorridas na alimentação ao longo do cárcere e caracterizar o perfil sociodemográfico dessa população. Trata-se de um estudo descritivo, no qual coletou-se os dados por meio de entrevista gravada, questionando acerca do consumo e satisfação das entrevistadas sobre a alimentação recebida e as mudanças no padrão alimentar antes e durante o cárcere. Para análise dos dados, utilizou-se o método de análise de conteúdo. Participaram do estudo nove mulheres caracterizando um perfil sociodemográfico jovem, de cor não branca, com baixo nível de escolaridade e renda familiar as quais encontram-se cumprindo pena há menos de quatro anos. Verificou-se o fornecimento de quatro refeições diárias compostas por uma alimentação de baixa qualidade sensorial e nutricional, monótona e com pouca variedade de alimentos e nutrientes, sendo referidas falhas no preparo e cuidados de higiene na produção das refeições, descrevendo a alimentação recebida como inferior àquela mantida anteriormente ao cárcere.