Gatos, equívocos e desconhecimento na destinação de animais em abrigos: Revisão da Literatura
DOI:
https://doi.org/10.34019/2596-3325.2018.v19.24766Resumo
O abandono de gatos os expõe a maus tratos e a sofrimento. O resgate de muitos desses animais ocorre por voluntários e servidores municipais que os conduzem a abrigos privados ou públicos. Em geral, nesses ambientes, encontramos um elevado número de animais, escassez de recursos ambientais, sanitários e alimentares, manejo inadequado e riscos de convívio social que comprometem o bem-estar dos gatos alojados. A avaliação do grau de socialização de gatos recolhidos em abrigos pode ser uma ferramenta importante para triagem inicial e destinação a programas de adoção, ressocialização, manutenção permanente, devolução à comunidade de origem ou a eutanásia desses animais. No Brasil não há registros na literatura de que ocorra alguma avaliação tecnicamente embasada considerando o comportamento, comunicação e expressão do gato doméstico nesses locais. Em outros países, em geral, essa análise, quando ocorre, se dá através do emprego de instrumentos consagrados de avaliação de estresse e em ambientes de alojamento individual em gaiolas. Para encaminhamento para adoção os gatos adultos recolhidos a abrigos públicos ou de organizações não governamentais, mantidos coletivamente prescindem de serem avaliados quanto a sua socialização minimizando assim os riscos de novo abandono daqueles animais ou que os mesmos vivam com baixo grau de bem-estar. Na revisão de literatura não se encontrou instrumentos de avaliação para programas de adoção de gatos adultos onde a socialização dos animais fosse o ponto central da triagem. A existência desse poderá facilitar a destinação de felinos resgatados de abandono para diferentes programas adoção, ressocialização, ou manutenção definitiva em ambientes restritos, controlados e com emprego de enriquecimento ambiental.