Ocorrência de queixada (Tayassu pecari), caititu (Pecari tajacu) e javaporco (Sus scrofa) (Mammalia, Cetartiodactyla) em João Pinheiro, Cerrado de Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.34019/2596-3325.2018.v19.24687Resumo
A partir de amostragens em campo com os métodos de busca ativa e armadilha fotográfica são apresentados registros de porcos silvestres no Município de João Pinheiro, uma área de Cerrado no Noroeste de Minas Gerais. O estudo foi conduzido em paisagens de várzea, campina, mata seca e chapada, compostas por remanescentes de diversas fitofisionomias e áreas de uso agropecuário. Grupos de Tayassu pecari (queixada), Em Perigo em Minas Gerais, foram registrados em 14 localidades em uma mesma região de grande planície de interflúvio com extensos remanescentes conservados, ocorrendo possivelmente em uma estrutura de metapopulação. Grupos de Pecari tajacu (caititu), Vulnerável em Minas Gerais, foram registrados em 20 localidades, exibindo maior distribuição geográfica, e ocorreram em remanescentes com distintos estados de conservação. Grupos estabelecidos de Sus scrofa híbridos (javaporco), espécie invasora, foram registrados em uma área. São apresentadas observações de história natural, destacando-se o consumo de diversos frutos do Cerrado e movimentos sazonais em função de frutificação exercido por T. pecari, e formação de grandes grupos e possível comportamento de piscivoria por P. tajacu. Os registros de T. pecari correspondem às primeiras ocorrências confirmadas da espécie em áreas externas a Unidades de Conservação recentemente em Minas Gerais. São discutidas ameaças locais a T. pecari e P. tajacu, destacando-se a destruição e fragmentação de habitats no contexto do histórico de ocupação do solo no município, distintas modalidades de caça e, potencialmente, a intervenção gerada por S. scrofa. Com base nos registros obtidos, nas relevantes ameaças identificadas e na conhecida maior susceptibilidade de T. pecari a extinções locais, suspeita-se que a população de queixada de João Pinheiro esteja fadada à extinção, a menos que grandes remanescentes naturais sejam efetivamente protegidos em Unidades de Conservação.Downloads
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Publicado
2018-01-06
Edição
Seção
Artigos