Composição identitária de personagens protagonista nos cinemas negros femininos:

Entrevista com Viviane Ferreira sobre a criação de Jerusa no filme Um Dia com Jerusa

Autores

  • Elaine Candida do Carmo Fafich UFMG

DOI:

https://doi.org/10.34019/2236-8191.2022.v9.38439

Resumo

A criação de uma obra cinematográfica que de alguma forma se apoia de alguma forma nas técnicas de estruturação nasce de uma situação vivenciada por um personagem que ao ser construído é inserido em um contexto que gera e exacerba suas questões sociais. De forma simplificada, o protagonista tem o poder de reger e/ou ser o gatilho da situação que sustenta a obra e os discursos ali propostos. Entendo esta dinâmica é possível saber que Jerusa Anunciação Mamed é uma protagonista que se localiza fora da habitualidade de produções do cinema brasileiro. A personagem também criar apontamentos sobre inane existência de protagonistas negras no cinema nacional por se encontrar única nas referenciações de mulher, negra, idosa em um longa-metragem ficcional distribuído comercialmente em todo o território nacional.

Há algumas décadas no cinema nacional nem era cogitada a existência, pois a estruturação de referências imagéticas no Brasil se baseava nas heranças coloniais delirantes de eugenia que limitavam as representações de mulheres negras a personagens para composição de cena que se destacavam nas narrativas especificamente para sofre violências físicas e sexual, no caso dos escravizadas e violências psíquica por meio verbal, no caso de empregadas domésticas. O interesse dos realizados era explicitar e reforçar o subjugamento existente na estrutura social brasileira.

Do lodo oposto das lentes, a parte de trás das câmeras, a dinâmica não se construiu de forma diferente. Mulheres negras geralmente acessam cargos de pouca visibilidade e considerados de pouco poder criativo na cadeia produtiva, porque as propostas de protagonismo e narrativa destas ainda não fazem parte do interesse discurso da indústria cinematográfica dominante.

Buscando entender um pouco mais sobre a rara composição de uma diretora solo negra, dirigindo uma obra ficcional longa-metragem com uma protagonista que foi causada pelo filme Um Dia com Jerusa, entrevistamos Viviane Ferreira para falar sobre o processo de construção da personagem Jerusa personificada pela atriz Léa Garcia. A entrevista foi concedida pela cineasta Viviane Ferreira a mestranda em Comunicação Social pela UFMG que realiza pesquisas sobre a protagonista Jerusa na obra Um Dia com Jerusa.

 

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Publicado

2022-12-16