Alguma coisa que eu não era
sensibilidades autoetnográficas na construção de duas pesquisas em instituições totais
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-2243.2018.v22.27965Resumo
O presente artigo articula dois trabalhos realizados em instituições totais (GOFFMAN, 1961). Oprimeiro focaliza narrativas vocacionais contadas pelos internos de um seminário católico, incluindo-se o segundo autor deste artigo, membro do grupo estudado. O segundo adentra uma instituição penitenciária, e trata da interação entre a primeira autora e os membros presos de uma das facções que controlam o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Ambos os trabalhos foram aqui recontextualizados e aproximados a partir de duas chaves. A primeira, temática, refere-se à natureza das instituições, especialmente as complexidades dos dois contextos quanto às circunstâncias de entrada e os regimes de vigilância. A segunda chave, de atenção epistemológica, tenta tornar visíveis as experiências pessoais dos pesquisadores no e com o campo, com o objetivo de ressaltar a relação entre essas experiências e certas decisões tomadas na própria condução da pesquisa, especialmente no que diz respeito à escolha dos objetos discursivos e os modos de apresentação dos resultados.