Religião e direito à esperança no Antropoceno
DOI:
https://doi.org/10.34019/2237-6151.2024.v21.46142Palavras-chave:
Antropoceno; Esperança; Sustentabilidade; Religião; Responsabilidade coletivaResumo
Este artigo explora a relação entre religião, ética e ciência no contexto do Antropoceno, uma era geológica marcada pelos impactos profundos das atividades humanas no meio ambiente. O conceito de Antropoceno desafia as divisões tradicionais entre ciências humanas e naturais, exigindo uma abordagem interdisciplinar que integre questões ecológicas, sociais e políticas. Na primeira parte, examinamos como as ações humanas, especialmente após a Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial, aceleraram a degradação ambiental e colocaram em risco os ciclos naturais da Terra. Na segunda parte, focamos no conceito de esperança, destacando sua importância como força transformadora em tempos de crise. A esperança, vista não como passividade, mas como uma ação ética e ativa, é fundamental para enfrentar os desafios ambientais e sociais. O conceito de noir profético é introduzido como uma forma de reconhecer a gravidade da situação atual, sem cair no fatalismo. Concluímos que a esperança no Antropoceno é tanto um direito quanto uma responsabilidade, e que uma abordagem integrada entre religião, ciência e política é essencial para garantir um futuro sustentável e justo para as próximas gerações.
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