Mariana, Herondina e Toya Jarina

transculturalidade nas figurações do sagrado feminino na Encantaria Amazônica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/2237-6151.2024.v21.44348

Palavras-chave:

Mariana, Herondina e Toya Jarina. Transculturalidade. Sagrado Feminino. Encantaria Amazônica.

Resumo

o presente trabalho tem, como principal objetivo, despertar reflexões sobre os marcantes traços de transculturalidade nas figurações arquetípicas do sagrado feminino nas manifestações religiosas no Norte do Brasil, tomando como base analítica a história de Mariana, Herondina e Toya Jarina, princesas de origem turca que se tornaram entidades largamente populares na Encantaria, vertente da Umbanda praticada na maior parte da Amazônia Brasileira. Os resultados da pesquisa apontaram o caráter diaspórico, transcultural, da formação representativa dessas “Encantadas” como importante elemento que evidencia, de modo peculiar, que suas imagens remetem à pluralidade étnica e sociocultural que formou a população brasileira, como hoje é compreendida, contida na mítica das configurações dos arquétipos da mulher divina brasileira, como também na substantivação do ser feminino transcendental como fator derivado das experiências místicas do sujeito psicossocial atraído pela força implacável deste modelo. Como base para a pesquisa e revisão bibliográfica que sedimenta esta análise, foram utilizados os trabalhos de teóricos ligados ao estudo de representações arquetípicas do feminino nas religiões, como também de suas configurações nas práticas religiosas amazônicas, como Ferretti (1996), Loureiro (1995), Ortiz (1999) e Prandi (2005), entre diversos outros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Caio Augusto Teixeira Souto, Universidade Federal do Amazonas/UFAM

Professor Adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Amazonas, Coordenador do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) da mesma instituição. Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (2013-2019) com estágio na Sorbonne-Panthéon Paris-I (2017), Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (2010-2012), Licenciado em Filosofia pela Universidade de Franca (2015-2017) e Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004-2008). Advogado desde 2009. Concluiu estágio de Pós-Doutorado na linha de Filosofia de Psicanálise vinculada à Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2021-2022). É membro do GT Filosofia Francesa Contemporânea, do GT Filosofia e Psicanálise e do GT Neokantismo e Filosofia da Cultura, da ANPOF. É líder do Grupo de Pesquisa "BIOS: Grupo de Estudos Biopolíticos no Norte e Nordeste", com as seguintes linhas: 1) Biopolítica e necropolítica como governamentalidade; 2) Saúde e vulnerabilidade de grupos sociais; 3) Resistências e modos de vida outros. Tem experiência de pesquisa na área de epistemologia histórica e filosofia contemporânea, em especial a partir de autores como Georges Canguilhem, Gaston Bachelard, Simone Weil, Jean Cavaillès, Alexandre Koyré, Michel Foucault e Friedrich Nietzsche. Também tem interesse nas epistemologias do sul, no pensamento africano, afrodiaspórico, latino-americano, ameríndio e brasileiro, sob uma perspectiva decolonial. É o criador do canal Conversações Filosóficas, no YouTube.

Waldimiro Maximino Tavares César, Universidade Federal do Amazonas/UFAM

Graduação em Letras/Língua e Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Amazonas (2006). Pós-graduação Lato Sensu em Docência para a Educação Profissional Tecnológica (EPT) pelo Instituto Federal do Espírito Santo (2021). Mestrando em Letras/Estudos Literários pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Atualmente, Professor do Ensino Fundamental e Médio da Secretaria de Educação e Desporto do Estado do Amazonas (SEDUC-AM). Experiência na área de Letras, com ênfase em Autoria Feminina Negra, Interseccionalidade e Feminismo Decolonial.

Referências

CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. Tradução de Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Palas Athena. 1990.

CANEVACCI, Massimo. Sincretismos: uma explosão das hibridações culturais. São Paulo: Editora Estúdio Nobel, 1995.

CEUCAB-RS: O Triangulo Sagrado, Porto Alegre, ano 3, n. 39, 1996. Disponível em: <https://repositorio.ufma.br/jspui/bitstream/1/205/1/Mina%20e%20Umbanda.pdf> Acesso em: 13 jan, 2024.

ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano e Essência das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

FERRETTI, Mundicarmo. Tambor de Mina e Umbanda: o culto aos caboclos. In:

FUNES, Eurípides A. Nasci nas matas, nunca tive senhor. In.: GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: história dos quilombos do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

JUNG, Emma. Animus E Anima. Tradutor: Dante Pignatari. São Paulo: Editora Cultrix, 1991. 112 p.

LEWIS, Ioan Myrddin. Ecstatic Religion: A Study of Shamanism and Spirit Possession. (3a ed.). London/New York: Routledge. (Trabalho original publicado em 1971), 2003.

LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura Amazônica: uma poética do imaginário. Belém: Cultura Brasil, 1995.

MAUÉS, Raymundo Heraldo. Padres, Pajés, Santos e Festas: catolicismo popular e controle eclesiástico. Um estudo antropológico numa área do interior da Amazônia. Belem: Cejup, 1995.

MAUÉS, Raymundo Heraldo; VILLACORTA, Gisela Macambira. “Pajelança e encantaria amazônica”. In: PRANDI, Reginaldo (org.). Encantaria brasileira: o livro dos mestres, caboclos e encantados. Rio de Janeiro: Pallas, 2002.

NEUMANN, Erich. Grande Mãe. São Paulo: Cultrix, 1999.

PRANDI, J. Reginaldo. Segredos guardados: orixás na alma brasileira. São Paulo:

Companhia das Letras, 2005.

SANTOS, Milton. O espaço do Cidadão. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007.

SILVA, Hécio. A Encantaria na Umbanda Amazônica. Disponível em: [https://blogdohelciosilva.blogspot.com/2013/03/a-encantaria-amazonica-na-umbanda.html?m=1]. Acesso em: 13 jan, 2024.

SOUTO, Alanna. A encantaria Amazônica na Uumbanda - Parte I: os encantados e a encantaria. Disponível em: [https://www.semeadura.net/news/a-encantaria-amazonica-na-umbanda-parte-i-os-encantados-e-a-encantaria/]. Acesso em: 12 jan, 2024.

WHITMONT, Edward. O retorno da Deusa. São Paulo: Summus, 1991.

WOOLGER, Jennifer Barker; WOOLGER , Roger J. A deusa interior. Tradução de Carlos Afonso Malferrari. São Paulo: Cultrix, 1994.

Downloads

Publicado

2024-08-21

Como Citar

ARAÚJO MAR, A.; TEIXEIRA SOUTO, C. A. .; MAXIMINO TAVARES CÉSAR, W. Mariana, Herondina e Toya Jarina: transculturalidade nas figurações do sagrado feminino na Encantaria Amazônica. Sacrilegens , [S. l.], v. 21, n. 1, 2024. DOI: 10.34019/2237-6151.2024.v21.44348. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/sacrilegens/article/view/44348. Acesso em: 21 dez. 2024.