O Silêncio do som
a música de vanguarda e o budismo Zen
DOI:
https://doi.org/10.34019/2237-6151.2019.v16.27925Palavras-chave:
John Cage, zen budismo, vanguarda, silêncio, história da arteResumo
Este artigo procura interpretar os usos dados à experiência transcendental do budismo Zen, o satori, no contexto da música de vanguarda do compositor americano John Cage. É possível dizer que um dos grandes temas e pesquisas de sua obra, e de sua vida, é o silêncio. Na criação de um espaço de escuta aberto para a espontaneidade, pelo qual se permite a “escuta” do silêncio, Cage redefiniu para si novos meios e formas para lidar com a organização do material sonoro, estruturando-o a partir do acaso. O Zen servirá, para Cage, como justificativa teórica capaz de evocar o Outro da sociedade na qual se encontra, a ser incorporado em seu método composicional – um método que tenciona borrar as fronteiras entre a arte e a práxis vital, e formular uma crítica à categoria de “obra”, na esteira daquele que seria, por excelência, o projeto das vanguardas históricas.
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