A dimensão mística do nascer
Palavras-chave:
Espiritualidade, Nascer, Experiência mística, CuidadoResumo
Nascer é cruzar o véu que separa duas formas de existir. A primeira, dentro do ventre,
uma existência passiva, entregue, disponível. Um ser totalmente criado, envolvido e
nutrido por um outro ser. Dentro do casulo materno o bebê não percebe a existência,
apenas flui conforme o ritmo do desenvolvimento celular, embalado pelos sentimentos e
sensações da mãe. A segunda existência é o mundo da matéria,afetos, espaço, tempo,
limite, individualidade, consciência. Um ser totalmente dependente caminha para sua
autonomia.Na travessia entre estes dois modos de ser, existe uma porta estreita e cruzála constitui um grande ritual de passagem. Socialmente este percurso é investido por um
medo profundo da morte e para evitá-la foram instituídos uma série de cuidados
preventivos.Com o tempo o rito de passagem foi transformado em um ato médico,
desprovido de qualquer espiritualidade.Neste trabalho, baseada em pesquisa
bibliográfica, aprofundo o olhar sobre a maravilha do nascimento como experiência
mística para o bebê, para a mulher e para o homem, que são banhados por essa grande
força da natureza em ação. Do ponto de vista espiritual conceber, gestar e parir um ser
humano significa a renovação da vida em sua essência mais primitiva. A possibilidade
de vivenciar esse momento com consciência de sua grandiosidade tem sido relatada
como experiência potente de transformação individual, familiar e social, pois a emoção
ligada ao nascer em plenitude está diretamente vinculada a valores sociais humanos
como pertencimento, amparo, atenção, delicadeza, hospitalidade que contribuem para
uma vivência espiritual mais ligada ao cotidiano e ao cuidado.
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Referências
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