Relação da violência sexual contra mulheres e casos de AIDS
Palavras-chave:
violência sexual, AIDS, HIV, mulheresResumo
A discussão de gênero contribui na contestação dos padrões de sexualidade, nas críticas ao determinismo biológico e a supremacia masculina, que criaram uma imagem da mulher como sexualmente inferior e marcada pelo conformismo, auxiliando na percepção desse potencial gerador de violência sexual e risco de IST (Infecção Sexualmente Transmissível) ao dificultar o uso de preservativos. O modelo de gênero confere maior poder aos homens, contribuindo para o maior índice de violência contra as mulheres, pois sofrer intimidação e violência pelo sexo masculino é considerado “normal”. Dessa maneira o objetivo do presente trabalho é relacionar, através de estudo descritivo a ocorrência de violência sexual em mulheres e casos de AIDS (Vírus da Imunodeficiência Humana) na macrorregião de saúde do estado de Minas. Fora utilizados dados secundários de domínio público do DATASUS (Departamento de Informática do SUS). A maior incidência de casos de violência sexual se encontra na faixa etária de 1 a 14 anos, já a AIDS, possui valores maior em mulheres a partir dos 25 anos. Podemos notar a discrepância na idade de prevalência desses agravos, provavelmente devido uma particularidade desse vírus, que é o longo período de incubação. No Brasil, existem dados apenas para a doença em atividade, apesar de haver possibilidade de transmissão mesmo com o vírus latente. Tanto a AIDS, quanto a violência sexual, possuem subnotificação importante, entre outros fatores, pela falta de informação disseminada à população. A partir de uma análise temporal, percebe-se o aumento significativo dos casos violência sexual e a constância das notificações de AIDS, que pode ser explicada pela existência de medidas profiláticas e métodos de contracepção que impedem o contágio de HIV. Entretanto a violência sexual contra mulher se trata de um problema social ainda com baixo arsenal para a modificação do quadro como um todo. O estudo possui limitações, dentre eles é possível destacar o trabalho com dados secundários retirados dos sistemas de informação em saúde, que distanciam o objeto de pesquisa, esse banco de dados, não nominal, apresenta problemática por não poder relacionar se a violência sexual e a AIDS ocorrem simultaneamente na mesma mulher, dessa forma os dados não apresentaram relação clara entre os fatores analisados. Dessa forma, é impreterível a necessidade de ampliação dos estudos transversais que realizem o linkage de dados nominais utilizando
a relação entre a violência sexual e as ISTs.
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