Sífilis Gestacional
situação epidemiológica do município de Governador Valadares no período de 2008 a 2018
Keywords:
sífilis, Governador Valadares, epidemiologiaAbstract
Este trabalho possui como objetivo apresentar o panorama epidemiológico da Sífilis Gestacional no município de Governador Valadares entre 2008 e 2018. A metodologia utilizada é fundamentada na análise de dados disponibilizados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A sífilis é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida através de relações sexuais desprotegidas ou durante a gestação, passando da mãe para o feto (transmissão vertical), evento que pode ser evitado com a realização de um pré-natal adequado. Dados do Ministério da Saúde, mostram que a sífilis congênita é responsável por mais de 300.000 mortes fetais e neonatais anualmente no mundo. Na última década foi observado um aumento nos números de sífilis congênita e em gestantes no país, isso pode ser atribuído em parte pelo aprimoramento do sistema de vigilância mas principalmente ao aumento do uso de anticoncepcional feminino e a desvalorização do preservativo masculino e feminino. Considerando o período de 2008 até 2018, foram notificados 247.583 casos de sífilis gestacional no Brasil. A realidade do estado de Minas Gerais acompanha essa tendência nacional de aumento do número de casos, no qual 15.711 notificações foram feitas no mesmo período em estudo. Já no Município de Governador Valadares, os dados entram em consonância com o padrão de aumento supracitado, tendo como destaque os 637 casos notificados para o mesmo intervalo de tempo em questão. O perfil das gestantes que mais foram acometidas pela doença, em Governador Valadares, foi predominante na faixa etária de 20 até 29 anos, mulheres de cor parda, possuindo escolaridade de 5a até a 8a série incompleta. A idade gestacional com maior número de diagnósticos foi o terceiro trimestre de gravidez. E por fim, o ano de 2015 liderou em número de casos confirmados, contando com 114 notificações. Concluindo, a sífilis gestacional é uma doença de notificação compulsória, e tem seu rastreio feito durante o período de pré-natal. Mesmo com esse aparato de combate à doença ainda se pode pensar em um problema local, regional e nacional de subnotificação, hipótese esta que ganha força quando se observa o estudo de Baggio, identificando que quase 70% das gestantes na rede pública não possuíam sete ou mais consultas de pré-natal, e apenas 49% tinham feito os testes rápidos para sífilis durante o pré-natal, evidenciando que o panorama local provavelmente é mais alarmante do que se imagina. É imprescindível salientar a importância do controle da sífilis em gestantes, como forma de prevenção da sífilis congênita e suas implicações clínicas (aborto, malformações fetais, entre outras complicações), socioeconômicas e culturais.
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