Envelhecimento como marcador prognóstico de dengue grave

Authors

  • Thiago Vinicius Ávila Universidade Federal de Juiz de Fora - campus avançado Governador Valadares
  • Leonardo Vieira Nunes Universidade Federal de Juiz de Fora - campus avançado Governador Valadares

Keywords:

Dengue, Prognóstico, Doenças Crônico-Degenerativas

Abstract

Estudos têm associado a persistência dos sintomas de dengue, grave problema de saúde pública, e o aumento da mortalidade à idade avançada. Ademais, a transição demográfica mundial aponta para o envelhecimento populacional. Portanto, justifica-se a relevância deste estudo. Foram selecionados 181 pacientes (>18 anos e >50kg) com quadro clínico agudo suspeito de dengue. Aplicou-se questionários sintomatológicos, da história clínica e de comorbidades. Amostras de sangue foram coletadas para diagnóstico (RT-PCR, ELISA de captura IgM anti-dengue e detecção de NS1 por imunoensaio), quantificação de plaquetas e
extração sorológica para dosagem de sTNFR1 e AST. Foram excluídos grávidas, imunossuprimidos e pacientes hemodinamicamente inaptos. Agrupou-se os dados pela fase de sintomas em: precoce (até 3 dias) e tardia (>4 dias), por faixa etária (jovens <55anos/ mais velhos >55anos) e presença ou não de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Foram expressos como média ± erro padrão, diferenças foram analisadas por ANOVA com pós-testes de Student-Newman-Keuls (p<0,05). Não houve diferença significativa nos níveis de plaquetas em indivíduos jovens (IJ) e mais velhos (IMV) na fase precoce da dengue, entretanto, na fase tardia, IMV apresentaram plaquetopenia marcante (101,5±8,4x103 plaquetas/mL), níveis
maiores de sTNFR1 (1306 ±168,5 pg/mL) e AST (26,3 ± 3,7 U/mL) em comparação ao grupo de IJ (152,9 ± 16,3 x 103 plaquetas/mL, 863,1±126,7pg de sTNFR1/mL e 17,8±2,3U de AST/mL). Febre esteve presente em 100% dos IMV em ambas as fases da doença e sintomas hemorrágicos (sangramento, exantemas e prova do laço positiva) foram observados em número maior na fase tardia da dengue em IMV. Nossos dados demonstraram que fatores de risco cardiovasculares como HAS, diabetes e tabagismo não determinaram pior manifestação da dengue em IJ, porém, em IMV a presença de DCNT se relacionou a evolução clínica mais grave na fase tardia da doença, com plaquetopenia marcante e níveis mais altos de sTNFR1
e AST em comparação ao grupo de IJ. O pior prognóstico da dengue neste trabalho foi justificado pela idade avançada e não isoladamente pela presença de DCNT.

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Published

2025-05-20

How to Cite

ÁVILA, T. V. .; NUNES, L. V. . Envelhecimento como marcador prognóstico de dengue grave. Revista de Ciência, Tecnologia e Sociedade, [S. l.], v. 3, n. 1, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/rcts/article/view/48055. Acesso em: 5 dec. 2025.

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