EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA E COLO DE ÚTERO

UMA REALIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO LESTE DE MINAS

Resumo

INTRODUÇÃO As neoplasias de mama e colo de útero possuem alta frequência na população feminina, sendo o primeiro responsável por cerca de 66 mil novos casos/ano no Brasil em 2021. Esse fator torna as neoplasias um grave problema de saúde pública que merece maior atenção da equipe de saúde.
OBJETIVO Estudar a mortalidade específica e a morbidade hospitalar por câncer (CA) de mama e colo de útero em mulheres residentes na Macrorregião Leste de Saúde de Minas Gerais.
METODOLOGIA Estudo descritivo qualitativo, com uso de dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações Hospitalares (SIH), disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, de 2015 a 2021. Foram estudados todos os óbitos e internações pelo CID-10 C50 (neoplasia maligna de mama) e C53 (neoplasia maligna de colo de útero) na população feminina residente na Macrorregião de Saúde Leste, composta por Governador Valadares, Mantena, Resplendor, Peçanha/São João Evangelista e Santa Maria do Suaçuí. Foram calculadas as taxas de mortalidade e hospitalização por faixa etária. O presente estudo dispensou a apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que trabalhou com dados secundários, não nominais e de domínio público.
RESULTADOS E DISCUSSÃO No período estudado, ocorreram 2.521 internações por CA de mama, com queda dos valores anuais de óbitos e internações pela doença de 2020 para 2021, o que pode ser em parte creditado ao cenário pandêmico da Covid-19. Tal redução também foi observada para o CA de colo de útero, o qual apresentou queda nas taxas de hospitalização de 2017 a 2021, com exceção de 2019, na Macrorregião de Saúde Leste. Governador Valadares e Mantena se destacaram com as maiores taxas de hospitalização e mortalidade por CA de mama. Resplendor é o município que apresentou maior taxa de hospitalização por CA de colo de útero em 2020, e Santa Maria do Suaçuí apresentou maior taxa de mortalidade pela doença no mesmo ano. Em 2021, a Macrorregião Leste superou a taxa de mortalidade do estado pelo CA de mama, ao passo que em todos os anos analisados
a taxa de mortalidade por CA de colo de útero da Macro-Leste ultrapassou as taxas de mortalidade de Minas Gerais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A queda do número de óbitos e hospitalizações podem indicar melhoria das estratégias de prevenção e tratamento, porém ainda é necessário o aprimoramento do rastreio, acesso à exames preventivos e identificação precoce de fatores de risco. É necessário a promoção de uma rede assistencial aos pacientes, bem como a implantação de equipes multiprofissionais de atendimento às mulheres com neoplasia mamária e de colo uterino.