Análise por tomografia computadorizada de feixe cônico da correlação entre alterações nos seios maxilares, lesões endodônticas periapicais e qualidade do tratamento endodôntico

Resumo

A presença ou ausência de uma lesão periapical está diretamente correlacionada com a qualidade do tratamento endodôntico. O desenvolvimento de lesões periapicais em dentes que estão próximos ou até mesmo invaginados no seio maxilar pode provocar alterações inflamatórias na mucosa sinusal e, posteriormente, o desenvolvimento de sinusites. O objetivo foi validar uma nova escala de condição periapical e qualidade do tratamento endodôntico para dentes posteriores tratados endodonticamente e correlacionar essa classificação com a presença de Alterações Sinusais (AS). Foram analisados 631 dentes posteriores superiores com tratamento endodôntico em exames de tomografia computadorizada de feixe cônico. A qualidade do tratamento endodôntico foi analisada de acordo com o comprimento da obturação, homogeneidade, selamento coronário e a presença de complicações. As alterações periapicais foram classificadas de acordo com seu tamanho, relação com as raízes e localização da destruição óssea. Os seios maxilares foram avaliados em normal; espessamento mucoso; pólipo sinusal; psedocisto antral; opacificação inespecífica; periostite; e antrólito. Um modelo de regressão misto foi aplicado para a correlação entre os escores. Correlações entre AS com fraturas radiculares e dentes com lesão periapical foram significantes, com Odds Ratio (OR) de 2.63 e 1.92, respectivamente. O efeito da lesão periapical na AS foi significante para os primeiros molares (OR: 15,627) e segundos molares (OR: 17,207). Quanto maior a lesão periapical, o número de raízes envolvidas e a destruição óssea, mais significante foi a relação com as AS. A nova classificação proposta foi validada no presente estudo, possibilitando a identificação mais acurada de quais fatores endodônticos estão mais relacionados à presença de AS.