Representatividade feminina em Mangás: o caso de Shinobu Kocho e Haruhi Fujioka

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.34019/2179-3700.2024.v24.46197

Palabras clave:

Mangá, Testes de representatividade, Demon Slayer, Ouran High School Host Club

Resumen

O mangá é uma forma original de história em quadrinhos que teve origem no Japão e duas de suas demografias mais importantes são o shoujo e o shounen. O shoujo é destinado principalmente a um público feminino adolescente, enquanto o shounen é voltado para meninos adolescentes. A indústria do mangá tem buscado responder às mudanças sociais e demandas dos leitores, tornando-se mais diversificada em termos de temáticas, o que resulta em maior volume e profundidade nas personagens femininas. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi analisar a personagem feminina principal de uma obra shoujo e de uma obra shounen de grande prestígio contemporâneo no ocidente – de acordo com a base de dados MyAnimeList, amplamente utilizada pela população ocidental – de forma a verificar o grau de representatividade feminina nelas centrado. Foram selecionadas, então, Haruhi Fujioka, protagonista do shoujo Ouran High School Host Club, e Shinobu Kocho, do shounen Demon Slayer, como as mais representativas de ambas as demografias. Ambas foram submetidas a 15 testes de representatividade de gênero que dialogam com as obras: Bechdel (1985), Ellie Willis (2011), Finkbeiner (2013), Mako Mori (2013), Sexy Lamp (2013), Tauriel (2014), Maisy (2015), CM (2016), The Crystal Gems (2016), Ko (2017), Landau (2017), Villarreal (2017), Design Diversity (2020), Sloan (2020) e Young (2020). Com base nos parâmetros desses testes, observamos que ambas as personagens foram aprovadas em todos eles. No entanto, também foi perceptível que alguns dos testes possuem fragilidades advindas de baixas exigências ou de parâmetros rasos, não contemplando a representatividade feminina em si ou sua profundidade como personagem, mas sua mera presença em uma narrativa. Assim, concluiu-se que é necessário repensar a evolução dos gêneros, bem como sua aplicabilidade às nomenclaturas tradicionais e aos testes criados para avaliar representatividade de gênero.

 

Descargas

Citas

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismos e subversão da identidade. 16. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

BUTLER, J. Críticamente subversiva. In: JIMÉNEZ, R. M. M. (ed.). Sexualidades transgresoras: una antología de estudios queer. Barcelona: Icaria, 2002. Cap. 2. p. 55-79.

DAUGHERTY, S. In the Name of the Moon: female mangaka and the manga industry. 2020. 40 f. TCC (Graduação) - Curso de Language And World Business-Japanese, Universidade do Tennessee, Knoxville, 2020. Disponível em: https://trace.tennessee.edu/utk_chanhonoproj/2359/. Acesso em: 26 set. 2024.

DOYON, P. Shyness in the Japanese EFL Class: why it is a problem, What it is, What causes it, and what to do about It. The Language Teacher, Tóquio, v. 24, n.1, p. 11-16, jan. 2000. Disponível em: https://jaltpublications.org/sites/default/files/pdf/the_language_teacher/jan00.pdf. Acesso em: 26 set. 2024.

DRUMMOND-MATHEWS, A. What boys will be: A Study of Shonen Manga. In: JOHNSON-WOODS, T. Manga: an anthology of global and cultural perspectives. London And New York: Continuum, 2010. p. 62-76.

FLIS, D. Straddling the Line: how female authors are pushing the boundaries of gender representation in japanese shonen manga. New Voices In Japanese Studies, Sydney, v. 10, p. 76-97, 2018.

GOTOUGE, K. Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba. San Francisco: Viz Media, 2018.

GRAVETT, P. Manga: sixty years of japanese comics. Reino Unido: Lawrence King, 2004.

HATORI, B. Ouran High School Host Club. San Francisco: Viz Media, 2005.

LOPES, S. X.; SANTOS, G. S. O lado feminino da força: primeira trilogia stars wars e a representatividade feminina na cultura pop. Cadernos de Gênero e Tecnologia, Curitiba, v. 12, n. 39, p. 52-70, jan.-jun. 2019.

MAGALDI, C. A.; MACHADO, C. S. Os testes que tratam da representatividade de gênero no cinema e na literatura: uma proposta didática para pensar o feminino nas narrativas. Textura, v. 18, p. 250-264, 2016.

MICAH, G. English Translations of Gender Nonconformity in Shōjo Manga and Anime: a trans-queer materialist feminist analysis. 2022. 301 f. Tese (Doutorado) - Curso de Translation Studies, Universidade de Edimburgo, Edimburgo, 2022.

MOSCOVICI, S. Social representations. Explorations in social psychology. Cambridge: Polity Press, 2000.

SUTER, R. Reassessing manga history, resituating manga in history. In: OTMAZGIN, N.; SUTER, R. (ed.). Rewriting history in manga. Palgrave Macmillan, New York, 2016. p. 175-183.

Publicado

2025-04-09

Cómo citar

Freitas, L. R. de, Silva, B. C. O. da, & Magaldi, C. A. (2025). Representatividade feminina em Mangás: o caso de Shinobu Kocho e Haruhi Fujioka. Principia: Caminhos Da Iniciação Científica, 24. https://doi.org/10.34019/2179-3700.2024.v24.46197

Número

Sección

Artigos originais - Linguística, Letras e Artes