A midiatização como processo de reconfiguração do imaginário: uma análise do Caso Kliemann
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2023.v17.39141Palavras-chave:
Imaginário, Midiatização, Sentido, Reconfiguração, Caso KliemannResumo
Neste artigo compartilhamos as conclusões da pesquisa na qual observamos de que forma os processos que se estabelecem a partir da materialização do sentido em dispositivos de mídia reconfiguram determinada classe de sentidos bastante peculiar, chamada de imaginário. Por materialização do sentido entendemos, a partir da epistemologia da midiatização, a transformação de sentidos antes etéreos – caso do pensamento – em enunciados materiais, palpáveis, como as narrativas impressas em jornais ou os enunciados gravados em dispositivos de áudio, dentre outros exemplos. Na esteira dos apontamentos de Verón (1980; 2005; 2013), entendemos que o sentido, uma vez materializado, adquire autonomia em relação a seu autor e persistência no transcurso do tempo, o que o deixa à mercê de determinadas reconfigurações – que, em nossa pesquisa, observamos em uma visada focada no imaginário. Por imaginário entendemos, em consonância com Silva (2017), um excedente de significação (caso da comoção, do deslumbramento, do choque emocional) que se estabelece na subjetividade dos indivíduos quando esses deparam-se com determinados eventos concretos – caso dos acidentes e tragédias, por exemplo –, eventos esses que simplesmente acontecem na concretude do mundo, inicialmente, destituídos de sentidos. O corpus de pesquisa é um conjunto de narrativas, em jornais, gravações em áudio e livro-reportagem, acerca dos eventos ocorridos nos anos 1960 no Rio Grande do Sul, Brasil, que ficaram conhecidos como Caso Kliemann e que, em nossa leitura, apresentam uma forte carga de sentidos da ordem do imaginário.
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Referências
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