Assistentes virtuais de marca como reforço dos estereótipos e preconceitos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2023.v17.38623

Palavras-chave:

Comunicação e consumo, Assistentes virtuais de marca, Estereótipos, Preconceitos

Resumo

O objetivo do artigo é refletir sobre a adoção de assistentes virtuais como um novo tipo de expressividade marcária dentro da cena cibercultural contemporânea. Ao observar as práticas mais usuais de mercado, chama a atenção a recorrência de um processo de naturalização do estereótipo da imagem de um personagem feminino, notadamente da mulher negra, em uma tendência que, ao nosso ver, reforça o preconceito racial e de gênero. A inquietação diz respeito a como esse tipo de comunicação, caracterizado por uma linguagem revestida de uma lógica astuta, tecnológica e essencialmente atual, pode resvalar um processo de naturalização do estereótipo do papel de uma mulher submissa e servil, reforçando a desigualdade racial e de gênero. A partir de pensadoras e pensadores do campo da comunicação, elegemos exemplos relevantes do cenário publicitário e examinamos casos empíricos de representações visuais utilizadas por marcas, para discutir acerca das lógicas que sustentam esse novo formato midiático. Evidencia-se que as imagens selecionadas para as assistentes virtuais podem se transformar em uma espécie de anteparo mental que normaliza e reforça aspectos nefastos de nossa sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gisela Castro, ESPM/SP

Doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ, pós-doutorado em Sociologia no Goldsmiths College, University of London. Docente do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Comunicação e Práticas de Consumo ESPM, coordena o GRUSCCO - Grupo ESPM/CNPq de Pesquisa em Subjetividade, Comunicação e Consumo, e o Comitê ESPM de Direitos Humanos

Marcos Hiller, ESPM/SP

Doutorando e Mestre em Comunicação e Práticas do Consumo pela ESPM-SP e pesquisador integrante do GRUSCCO – Grupo ESPM/CNPq de Pesquisa em Subjetividade, Comunicação e Consumo. Atua como professor convidado dos cursos de lato sensu da ESPM, FIA-USP, FGV e SENAC SC.

Referências

ALMEIDA, S. O que é racismo estrutural?. São Paulo: Letramento, 2018.

AZEVEDO, S. T. de. Questões sobre mascotes digitais: publicidade, inteligência artificial e enunciação. In: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Anais do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2020, Salvador. Disponível em: <https://bit.ly/46R68kH>. Acesso em: 5 jul. 2023.

BACCEGA, M. A. O estereótipo e as diversidades. Comunicação & Educação, n. 13, p. 7-14, 1998. Disponível em: <https://bit.ly/3JUx60U>. Acesso em: 5 jul. 2023.

BAGNO, M. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2007.

BAITELLO, N. A carta, o abismo, o beijo: os ambientes de imagens entre o artístico e o mediático. São Paulo: Paulus, 2018.

BARTHES, R. Mitologias. São Paulo: Difel, 1982.

BELTING, H. Por uma antropologia da imagem. Concinnitas, v. 1, n. 8. p. 64-78, 2005. Disponível em: <https://bit.ly/44KOEVA>. Acesso em: 5 jul. 2023.

BOSI, E. A opinião e o estereótipo. Contexto. São Paulo: Hucitec, 1977.

PEREIRA, M. E. Estereótipos na Publicidade: Como a Psicologia Social pode nos ajudar a identificá-los e evitá-los? In: LEITE, F.; BATISTA, L. L. (Orgs.). Publicidade antirracista: reflexões, caminhos e desafios. São Paulo: ECA-USP, 2019, p. 87 – 110. Disponível em: <https://bit.ly/3JXyro1>. Acesso em: 4 jun. 2022.

PEREZ, C. Mascotes: semiótica da vida imaginária. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

PEREZ, C.; TRINDADE, E. Semiótica das expressões marcárias: nomes, mascotes, símbolos, logotipos e publicidade em análise. Signos do Consumo, v. 9, n. 1, p. 1-3, 2017. Disponível em: <https://bit.ly/46MNURq>. Acesso em: 4 jun. 2022.

SANTOS, L. C. Máquina que falam (e escutam): as formas de agência e de interação das/com as assistentes pessoais digitais. 2020. 409 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/47qrHc6>. Acesso em: 10 ago. 2023.

TRINDADE, E. O mundo divertido das mascotes levados a sério. Signos do Consumo, v. 3, n. 1, p. 129-132, 2011. Disponível em: <https://bit.ly/3NUaK13>. Acesso em: 4 jun. 2022.

WAJCMAN, J. Tecnologia de produção: fazendo um trabalho de gênero. Cadernos Pagu, n. 10, p. 201–256, 2012. Disponível em: <https://bit.ly/3rpmKjo>. Acesso em: 4 jun. 2022.

WEST, M; KRAUT, R; CHEW, H. E. I’d blush if I could: closing gender divides in digital skills through education. UNESCO/EQUALs, 2019. Disponível em: <https://bit.ly/3pNs9jO>. Acesso em: 4 jun. 2022.

Downloads

Publicado

2023-08-30

Como Citar

CASTRO, G.; HILLER, M. Assistentes virtuais de marca como reforço dos estereótipos e preconceitos. Lumina, [S. l.], v. 17, n. 2, p. 62–75, 2023. DOI: 10.34019/1981-4070.2023.v17.38623. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/38623. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos