Nostalgia, emoção fora da lei para feministas? memória, gênero e poder
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2022.v16.35290Palavras-chave:
Emoção, Nostalgia, Política, Feminismo, MemóriaResumo
Este artigo investiga o conceito de nostalgia em sua valência política e, mais especificamente, sua interseção com o gênero e o feminismo. Na medida em que certos usos do passado se tornam arma política contra mudanças, a nostalgia adquire cunho negativo para aquelas que esperam dias melhores. Seriam a ilusão sobre o passado e a tendência conservadora atributos essenciais dessa emoção, ou ela também poderia se apresentar ao feminismo como potência política? A inclusão dessa sensação na categoria de “emoção fora da lei” (JAGGAR, 1989) não significaria uma limitação tanto da gama de expressões emocionais quanto do arsenal político de feministas? Na primeira parte do trabalho, tem lugar uma breve genealogia do termo, visto como manifestação histórica, isto é, que responde a anseios de determinada época e sociedade. Em seguida, são discutidas diferentes acepções concedidas a essa ideia nos estudos recentes na área das Ciências Humanas, os quais, em suas diferenças, convergem em um ponto: não existe uma nostalgia a priori. Por fim, apresento a interseção entre estudos de gênero e nostalgia, refletindo sobre novas possibilidades de enxergar esta emoção, como mais do que mera forma ilusória e inferior de memória.
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