A persistência da linha: lógicas processuais e linearidade nas tecnologias da comunicação
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2022.v16.31919Palavras-chave:
Tecnologias da Comunicação, História da Comunicação, Processo, Pensamento-em-Linha, Vilém FlusserResumo
A consciência histórica do ser humano é inaugurada, de acordo com Vilém Flusser, a partir do desenvolvimento da linguagem verbal. Este é o cerne da ideia de “pensamento-em-linha” elaborada pelo filósofo. Tendo este conceito como inspiração temática e ponto de partida, busca-se demonstrar a persistência de lógicas processuais lineares e das metáforas da linha nas estruturas e formas expressivas das tecnologias da comunicação humana no decorrer da história. Entendidas como processos, as tecnologias da comunicação não são encaradas, entretanto, como contínuos indiscrimináveis desde suas remotas origens na linguagem e na contagem; são pontuadas e descritas sinteticamente, enfatizando suas incessantes inovações. É realizada uma breve digressão ao período da Revolução Industrial, orientada para compreender o consequente desenvolvimento das tecnologias computacionais, relatando suas origens na aplicação de teorias matemáticas à indústria têxtil. Em seguida, são abordados os efeitos dessas tecnologias sobre a criação das mais recentes expressões comunicacionais contemporâneas, como os jogos digitais e a realidade virtual. Neste ensaio, a linha é vista como um símbolo do desenvolvimento comunicacional, mesmo nos emaranhados e nós que constituem a multilinearidade das possibilidades da comunicação humana.
Downloads
Referências
BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
CLARK, A. Language, embodiment, and the cognitive niche. Trends in Cognitive Sciences, v. 10, n. 8, p. 370-374, 2006. DOI: <https://doi.org/10.1016/j.tics.2006.06.012>.
CLARK, A. Natural-born cyborgs: minds, technologies, and the future of human intelligence. Nova York: Oxford University Press, 2003.
DEFLEUR, M. L.; BALL-ROKEACH, S. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.
FLUSSER, V. O universo das imagens técnicas: elogio da superficialidade. São Paulo: Annablume, 2012.
FLUSSER, V. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Annablume, 2011.
FLUSSER, V. O mundo codificado: Por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções: 1789 – 1848. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1977.
KIRBY, R. S. et. al. Engineering in history. Nova York: Dover Publications, 1990.
LOPES, F. J. A. Leibniz e a aritmética binária. Revista Brasileira de História da Matemática, v. 11, n. 22, p. 89-94, 2011. Disponível em: <https://www.rbhm.org.br/index.php/RBHM/article/view/132>. Acesso em: 29 ago. 2021.
MARINHO, C. O matemático Galileu Galilei, o Mestre dos Mestres. Sociedade Portuguesa de Matemática, Lisboa, 2015. Disponível em: <https://www.spm.pt/news/3632>. Acesso em: 19 ago. 2021.
MCLUHAN, M. Understanding media: The extensions of man. Berkeley: Gingko Press, 2013.
MURRAY, J. H. Hamlet no Holodeck: O futuro da narrativa no ciberespaço. São Paulo: Unesp, 2003.
ONG, W. J. Interfaces of the word: Studies in the evolution of consciousness and culture. Londres: Cornell University Press, 1977.
PETZOLD, C. Code: The hidden language of computer hardware and software. Washington: Microsoft Press, 2000.
PLANT, S. Zeros + ones: Digital women + the new technoculture. Londres: Doubleday, 1997.
RALEY, R. Tactical media. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2009.
WILHELM, R. I Ching, o livro das mutações. São Paulo: Pensamento, 2002.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).