O Efeito Arquivo: Imagens de Arquivo como uma Experiência de Recepção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2020.v14.31518

Palavras-chave:

Apropriação, Documentário, Imagem Descoberta, Percepção, Espectador

Resumo

Nos últimos anos, o “arquivo”, tanto como conceito quanto como objeto, vem passando por uma transformação. A crescente disponibilidade de câmeras fotográficas e de vídeo, analógicas e digitais, levou a uma proliferação de documentos indexados fora dos arquivos oficiais e suscitou questões sobre o que constitui um “arquivo” e, consequentemente, sobre o que constituem “documentos de arquivo”. Ao mesmo tempo, cineastas estão se apropriando de imagens e sons de várias fontes, quebrando assim a distinção entre esses documentos e os “arquivísticos”. Isso exige uma reformulação da própria noção de documento de arquivo. Este artigo reformula a noção de documento de arquivo não como um objeto, mas enquanto uma experiência do espectador ou como uma relação entre o espectador e o texto. Defendo que certos documentos audiovisuais, ao serem apropriados por cineastas, produzem no espectador o que eu chamo de “efeito arquivo”, e essa experiência atribui aos documentos um tipo particular de autoridade “comprobatória”.

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Biografia do Autor

Jaimie Baron , Universidade de Alberta, Canadá

Professora Associada do Departamento de Estudos Cinematográficos da Universidade de Alberta, Canadá

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Publicado

2020-08-30

Como Citar

BARON , J. . O Efeito Arquivo: Imagens de Arquivo como uma Experiência de Recepção. Lumina, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 134–157, 2020. DOI: 10.34019/1981-4070.2020.v14.31518. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/31518. Acesso em: 5 nov. 2024.