A incompletude constitutiva do sujeito e o reconhecimento de si: o mangá Naruto como metáfora para (re)pensar a condição humana
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2021.v15.29537Palavras-chave:
Reconhecimento, Mangá, Incompletude, Sujeito, NarutoResumo
O referente trabalho busca analisar a necessidade humana em ser reconhecido e como se busca esse caminho de “existência” e os efeitos disso na constituição do sujeito. Para tanto, tomamos como corpus de análises alguns recortes do mangá Naruto, de Masashi Kishimoto. O referido mangá trata do personagem homônimo que possui no seu interior o demônio “Raposa de Nove Caudas”, responsável pela destruição da vila e que essa “Raposa de Nove Caudas” fora introduzida em Naruto como uma espécie de pacto do pai do personagem, o qual conseguiu salvar a vila do ataque do ser maléfico que habita o corpo de Naruto. O aparato teórico que sustenta nosso estudo ampara-se em autores como Estés (1999), Cyrulnik (2013) e Comte-Spoville (2007). Metodologicamente falando, trata-se de um estudo descritivo-interpretativo de natureza qualitativa. As análises dos recortes de Naruto permitem-nos evidenciar que na saga interpenetram uma série de questões que envolvem a busca por reconhecimento, a incompletude constitutiva do sujeito num processo contínuo de construção de si e do outro. Esses (des)caminhos levam-nos a pensar na configuração da existência mimetizada nos mangás como um dispositivo importante dos fluxos comunicacionais da contemporaneidade.
Downloads
Referências
COMTE-SPOVILLE, André. A vida humana. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
CYRULNIK, Bóris. A guerra aos 6 anos. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.
CYRULNIK, Bóris. Falar de amor à beira do abismo. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
FERRY, Luc; VINCENT, Jean-Didier. O que é o ser humano? Sobre os princípios fundamentais da filosofia e da biologia. Petrópolis: Vozes, 2011.
HISTORY BRASIL. Empresa cria lista dos 5 mangás e animes mais famosos da história. In: History. [S.l.]. Disponível em: <https://br.historyplay.tv/noticias/empresa-cria-lista-dos-5-mangas-e-animes-mais-famosos-da-historia-confira-0>. Acesso em: 31 jan. 2020.
FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
KISHIMOTO, Masashi. Naruto gold. São Paulo: Editora Panini Comics, n.1, 2015.
KISHIMOTO, Masashi. Naruto gold. São Paulo: Editora Panini Comics, n.16, 2016.
KISHIMOTO, Masashi. Naruto gold. São Paulo: Editora Panini Comics, n.25, 2017.
LE BRETON, David. As paixões ordinárias: antropologia das emoções. Petrópolis: Vozes, 2009.
LÉVI-STRAUSS, Claude. A outra face da lua: escritos sobre o Japão. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
LEWIS, Clive Staples. Sobre histórias. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018.
LIPPE, Pedro Henrique Lutti. Estes são os 10 animes mais adorados de todos os tempos. In: Site Uol. [S.l.], 29 abr. 2017. Disponível em: https://www.uol.com.br/start/listas/estes-sao-os-10-animes-mais-adorados-de-todos-os-tempos.htm. Acesso em: 04 jan. 2020.
LISPECTOR, Clarice. Laços de família (contos). Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
LUYTEN, Sonia Bibe. Introdução. In: LUYTEN, Sonia Bibe (org.). Cultura pop japonesa. São Paulo: Hedra, 2005, p.7-13.
MORIN, Edgar; CYRULNIK, Boris. Diálogo sobre a natureza humana. Lisboa:
Instituto Piaget, 2004.
ORTIZ, Renato. O próximo e o distante: Japão e modernidade-mundo. São Paulo: Braziliense, 2000.
TODOROV, Tzvetan. A vida em comum: ensaio de antropologia geral. São Paulo: Papirus, 1996.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).