Feminicídio adulto e enunciação jornalística: o caso de Paola (Peru)
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2019.v13.27744Palavras-chave:
jornalismo, cobertura informativa, sócio-semiótica, violência de gênero, feminicídioResumo
O feminicídio geralmente é conceituado como o assassinato de uma mulher atribuído a motivos de gênero (HERNÁNDEZ-BREÑA, 2016). No entanto, essa definição traz algum grau de confusão. À primeira vista, não está claro o que é uma razão de gênero ou o que diferencia o feminicídio de outros homicídios. Portanto, faremos uma breve revisão histórica do termo e depois nos concentraremos em seu significado jurídico no Peru. Por fim, definiremos o conceito que será usado. Este artigo aborda a cobertura jornalística de notícias relacionadas ao feminicídio a partir de uma perspectiva sociossemiótica, especialmente a enunciação jornalística. Depois das várias etapas para a seleção do objeto estudamos em profundidade o caso de Paola Peralta como corpus de análise. Embora se saiba que existe uma onda de interesse e de preocupação com a violência de gênero, que reconhece as várias formas de violência contra a mulher, pouco se tem produzido sobre as várias modalidades de enunciação desses eventos pelo jornalismo. Os resultados aqui apresentados indicam que a cobertura não é consonante com as estatísticas oficiais de feminicídio, uma vez que há mais cobertura de feminicídio não íntimo e, em menor medida, de feminicídio íntimo. Também encontramos discordâncias entre o discurso jornalístico e o discurso judicial, que dão origem a uma sensação de justiça incompleta. Concluímos que há necessidade de uma autorregulação da enunciação jornalística em casos de feminicídio.
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