O acesso desigual aos programas infantis na era digital: implicações socioculturais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2016.v10.21352

Palavras-chave:

audiências infantis, programas infantis, consumo midiático, TV digital, infância e educação

Resumo

Diante do fim iminente da TV analógica, da convergência TV-internet, do crescimento dos canais segmentados pagos, da extinção da maioria da programação infantil das emissoras abertas brasileiras, indaga-se: as crianças telespectadoras da TV aberta perderam o interesse por programas infantis? As audiências infantis se extinguiram? Migraram para a TV paga? Esta pesquisa analisa o acesso aos canais e programas de TV, preferências e atividades midiáticas de um grupo de 54 crianças de 11 anos em média, de uma escola pública de Brasília-DF. Como metodologia foi utilizado um questionário semiestruturado. Os resultados apontam que os programas mais consumidos são infanto-juvenis e abordam temáticas deste universo com o qual as crianças se identificam e são atraídas como audiência específica. Porém, a disponibilidade de acesso depende do poder aquisitivo, o que incide no consumo, que evidencia a desigualdade sociocultural. Conclui-se assim pela necessidade de um canal público digital infantil, acessível gratuitamente e tecnologicamente às crianças brasileiras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vania Lucia Quintão Carneiro, UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA/UNB

Possui Doutorado em Educação (Universidade de São Paulo). Pós-doutorado em comunicação (Universidade de Sevilha). Especialização em gêneros televisivos (Universidade Internacional de Andaluzia / UNIA). Atualmente é professor associado 3 da Universidade de Brasília. Tem experiência nas áreas de pesquisa e de produção em Televisão e Educação. Possui trabalhos publicados sobre programação de TV e audiências infanto-juvenis, formação de educadores em comunicação audiovisual, educação a distância, TV na escola, mídias e educação. Coordena a área de Educação, Tecnologias e Comunicação na Faculdade de Educação. É líder do Grupo de pesquisa Educamídia (UNB/CNPq). É coeditora internacional da Revista Comunicar no Brasil

Referências

BARRIO, T. V. Evaluación de la calidad de la programación infantil de las televisiones generalistas españolas Revista Latina De Comunicación Social, (64), 2009. Disponível em:<http. ://goo.gl/VJh0D8.>Acesso em: 18/11/2015.
BORGES, Gabriela. Qualidade na TV Pública Portuguesa. Análise dos programas do canal 2. Juiz de Fora, Ed. UFJF, 2014.
BUCKINGHAM, David. Crescer na Era das Mídias Eletrônicas. São Paulo: Loyola, 2006.
CANNITO, Newton. A televisão na era digital. Interatividade, convergência e novos modelos de negócio. São Paulo: Summus Editorial, 2010.
CEBRIÁN HERREROS, Mariano. Contenidos infantiles en televisión. Nueva técnica analítica Global , In: ZER Revista de Estudios de Comunicación, nº15. Bilbao: UPV/EHU, pp. 51-65, 2003.
FECHINE, Yvana. Elogio à programação: repensando a televisão que não desapareceu. In:CARLÓN, M.; FECHINE, Y.. O fim da televisão. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2014.
JAMBEIRO, Othon A Regulação da TV no Brasil: 75 Anos depois, o que temos? Estudos de Sociologia, Araraquara, v.13, n.24, p.85-104, 2008.
LAZAR, Judith. École, communication, televisión. Paris, Presses Universitaires de France, 1985.
MACHADO, Arlindo. Fim da televisão? In: Revista Famecos: mídia, cultura e tecnologia, Vol. 18, No 1 (2011).
OROZCO GOMEZ, G. Recepção midiática, aprendizagens e cidadania. São Paulo: Paulinas, 2014.
PÉREZ DE SILVA, J. La televisión ha muerto. La nueva producción audiovisual en la era de Internet: la tercera revolución industrial. Gedisa, Barcelona, 2000
POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro. Gravia. 1999.
QUINTAO CARNEIRO, Vânia. A TV de crianças e adolescentes com câmera à mão. Revista Comunicar, Huelva: [25], nov. 2005.
SAMPAIO, Inês S.V; CAVALCANTE, Andréa P.P. Qualidade na programação infantil da TV Brasil. Florianópolis: Insular, 2012
TAPSCOTT, Don. A hora da geração digital: Como os jovens que cresceram usando a internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010.
WOLTON, Dominique. Televisão. Elogio do grande público. Uma teoria crítica da televisão. São Paulo: Ed. Ática, 1996.

Downloads

Publicado

2016-12-22

Como Citar

CARNEIRO, V. L. Q. O acesso desigual aos programas infantis na era digital: implicações socioculturais. Lumina, [S. l.], v. 10, n. 3, 2016. DOI: 10.34019/1981-4070.2016.v10.21352. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21352. Acesso em: 27 dez. 2024.