“Por que o SBT é tão brega?”: afeto e sentimento na interação da emissora com a audiência

Autores

  • Rafael Barbosa Fialho Martins UFMG

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2018.v12.21319

Palavras-chave:

SBT, televisão, vinhetas, estilo televisivo

Resumo

O presente artigo discute a proposta de interação do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) com a audiência, marcada pela proximidade. A partir da análise de vinhetas institucionais da emissora, percebe-se o investimento em uma estética pautada por aspectos como excesso e sentimentalismo que, alinhados às matrizes do brega e do kitsch, contribuem para promover o engajamento fortemente afetivo e sentimental que o canal conquistou ao longo de sua trajetória. Metodologicamente, a apreciação das peças autopromocionais é feita com base no estilo televisivo. Em termos estilísticos, a “amizade” pretendida pela emissora traduz-se na opção por uma linguagem gráfica de cores fortes e quentes, e trilha sonora focada em afetos e sentimentos combinada à atuação efusiva e acolhedora do elenco. Assim, tais escolhas dotam o SBT de expressiva humanização, aproximação e diferenciação da proposta de interação que o canal oferece ao telespectador no âmbito do mercado de televisão no Brasil. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Barbosa Fialho Martins, UFMG

Doutorando e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (PPGCOM/UFMG). Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Referências

APOLINÁRIO, S. Silvio Santos diz que sua emissora vai continuar brega para sobreviver. Folha de S. Paulo, 9/06/1991.

BINKLEY, S. O kitsch como um sistema repetitivo: um problema para a teoria da hierarquia do gosto. ECO-Pós, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p.1-20, 2014. Disponível em: < https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/1765>. Acesso em: 4 ago. 2018.

BUTLER, J. Television style. New York: Routledge, 2010.

ECO, U. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1972.

FRANÇA, V. A televisão porosa – traços e tendências. In: FREIRE FILHO, João (org). A TV em transição. Porto Alegre: Sulina, 2009, p.27-52.

FREIRE FILHO, J. Mídia, consumo cultural e estilo de vida na pós-modernidade. ECO-Pós, v. 6, n. 1, p. 73-97, 2003. Disponível em: < https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/1144>. Acesso em: 4 ago. 2018.

JOSÉ, C. Do brega ao emergente. São Paulo: Nobel, 2002.

MARTHE, M. Caçadores de cafonas. Veja, n. 2103, 11/03/2009.

MARTINS, R. A TV mais feliz do Brasil: a proposta de interação do SBT com a audiência. 199f. 2016. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016.

______. Da tela à rede: a construção da identidade SBTista. 60f. 2013. Monografia (Graduação em Comunicação Social/Jornalismo) – Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2013.

______; TORRES, Hideide Brito. A experiência compartilhada e participativa de assistir à televisão: o caso dos SBTistas e sua identidade cultural. Temática, João Pessoa, n. 9,p. 1-16, 2013. Disponível em: < http://www.periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/tematica/article/view/21475>. Acesso em: 4 ago. 2018.

______. Memória e afeto como estratégia de fidelização da audiência televisiva: o caso dos SBTistas. Verso e reverso, v. 28, n. 69, 193-204, 2014. Disponível em: < http://revistas.unisinos.br/index.php/versoereverso/article/view/ver.2014.28.69.05>. Acesso em: 4 ago. 2018.

MIRA, M. Circo Eletrônico: Silvio Santos e o SBT. São Paulo: Edições Loyola, 1994.

MOLES, A. O kitsch. São Paulo: Perspectiva, 1972.

MONTAÑO, S. A TV jogo no SBT. 2007. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Programa Pós-Graduação em Comunicação Social, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2007.

O SBT misturou tantos estilos que virou a cara do Brasil. SBTpedia. Disponível em: <www.sbtpedia.com.br/2012/08/leila-cordeiro-sbt-misturou-tantos.html>. Acesso em: Acesso em: 4 ago. 2018.

SILVA, C. Poppovic concilia breguice e conservadorismo. Folha de S. Paulo, 18/03/1990.

SODRÉ, M.; PAIVA, R. O império do grotesco. Rio de Janeiro: Mauad, 2002.

SOUZA, V. A existência inexistente da música brega. In: V ENECULT, 2009, Salvador. Anais eletrônicos... Salvador, 2009. Disponível em: < http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19570.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2018.

STYCER, M. Game show inglês ganha versão divertida com o típico sotaque do SBT. Blog Mauricio Stycer, 2012, Online. Disponível em <www.mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br/2012/01/19/game-show-ingles-ganha-versao-divertida-com-o-tipico-sotaque-do-sbt/>. Acesso em: 4 ago. 2018.

Downloads

Publicado

2018-08-30

Como Citar

MARTINS, R. B. F. “Por que o SBT é tão brega?”: afeto e sentimento na interação da emissora com a audiência. Lumina, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 207–226, 2018. DOI: 10.34019/1981-4070.2018.v12.21319. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21319. Acesso em: 22 nov. 2024.