Do nomadismo ao "ideocídio": o imaginário fenomenológico dos rolezinhos na pós-modernidade
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2016.v10.21244Palavras-chave:
imaginário, cotidiano, rolezinhos, pós-modernidade, trágicoResumo
Este artigo procura situar os rolezinhos - jovens de periferia que se deslocam em grupos aos shoppings - dentro de uma leitura interdisciplinar baseada, primeiro, na ideia de nomadismo desenvolvida por Maffesoli (2001). Também veremos os rolezinhos, filosoficamente falando e nos apoiando em Nietzsche, como uma afronta ao “ideal ascético”, o de uma necessidade de um objetivo. Além disso, traremos uma possível relação entre este panorama dos rolezinhos com a perspectiva daquilo que o antropólogo e cientista político indiano Arjun Appadurai (2009) denomina “ideocídio”: um modo de vida considerado perigoso à ordem das coisas. A metodologia se baseia no caráter fenomenológico (aquilo que se dá a ver) dessa prática e na ideia de uma tradição compreensiva de matriz weberiana, no sentido de superar uma visão objetivista dos fenômenos sociais. Isso quer dizer: sem resolução ou acabamento. Trata-se, em suma, de ultrapassar um dualismo das imagens, ultrapassamento esse que reconhece, por outro lado, a configuração de um choque de antíteses.
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