v. 26 n. 2 (2020): Dossiê - Patrimônio e Relações Internacionais
Dossiê

Troféus de guerra e relações diplomáticas

Bruno Miranda Zétola
Universidade Federal do Paraná

Publicado 2020-09-10 — Atualizado em 2021-04-30

Versões

Palavras-chave

  • Patrimônio.,
  • Troféus de guerra,
  • Relações diplomáticas

Como Citar

Zétola, Bruno Miranda. (2020) 2021. “Troféus De Guerra E relações diplomáticas”. Locus: Revista De História 26 (2):123-49. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2020.v26.30980.

Resumo

Troféus de guerra são uma categoria muito especifica de patrimônio, visto tratar-se de artefatos militares obtidos no campo de batalha e cujo valor cultural é aferido após sua apreensão. Prática recorrente desde a Antiguidade clássica, a obtenção e exibição de troféus de guerra nunca foi considerada ilícito internacional. Suas implicações para as relações internacionais, entretanto, podem ser significativas, consoante a valorização do artefato tornado troféu pelas narrativas historiográficas das sociedades que o perdem ou que o conquistam. Este artigo examina as singularidades do troféu de guerra como patrimônio cultural e sua relevância para as relações diplomáticas. A partir de três estudos de caso, aponta-se para possíveis paradigmas do uso desse tipo de patrimônio como recurso de política externa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. Alcalá, Guido. “Imágenes de la Guerra de la Tríplice Alianza. Diálogos, 10,1, (2018): 105-115. https://doi.org/10.4025/dialogos.v10i1.122
  2. Armada de Chile. s.d. “Monitor Huáscar”. Acedido em 14/5/2020. https://www.armada.cl/armada/tradicion-e-historia/unidades-historicas/h/monitor-huascar/2014-02-13/155207.html
  3. Baczko, Bronislaw. “A Imaginação Social”. Em Enciclopédia Einaudi. v. 5. Anthropos-Homem. 283- 347. Lisboa: Casa Nacional da Moeda, 1985.
  4. Biblioteca Nacional del Peru. Nota pública NP N° 205-2019. 14 de novembro de 2019.
  5. Brezzo, Liliana. La devolución de los trofeo de guerra. Assunção: El Lector, 2013.
  6. Campos, Herib Caballero. “Consideraciones Sobre Lo Heroico y El Establecimiento Del Día De Los Héroes En Paraguay.” Identidad e Historia. Pensamientos Del Bicentenario, 1 (2012): 55-71
  7. Castro, Adler Homero Fonseca de. “O Poder Político Vem Do Cano De Uma Arma.” 90 Anos do Museu Histórico Nacional Em Debate (1922-2012), 2014
  8. Christofoletti, Rodrigo. org. Bens culturais e relações internacionais: o patrimônio como espelho do soft power. Santos: Leopoldianum, 2017.
  9. Colunga Hernández, María de los Ángeles. “De trofeos de Guerra a Mensajeros de Paz". Diario de Campo, n. 64 (2004): 34-36.
  10. Colunge, Jorge. “El Huáscar y el derecho internacional.” El Comercio. 25 de maio de 2016.
  11. Congresso Nacional, Projeto de Lei 1820/1976.
  12. Conselho de Segurança das Nações Unidas. Resolução n. 2347/2017 Disponível em https://www.undocs.org/S/RES/2347%20(2017)
  13. Doratioto, Francisco Fernando Monteoliva. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
  14. Doratioto, Francisco Fernando Monteoliva. Relações Brasil-Paraguai: afastamento, tensões e reaproximação. Brasília: FUNAG, 2012.
  15. El Comercio. (s.a.). 13 de junho de2016.
  16. El Comercio (s.a.). 20 de agosto de 2010
  17. El Nacional (s.a.). 5 de março de 1964
  18. El Nacional (s.a.). 6 de março de 1964
  19. Fleck, Isabel. “A honra por um canhão”. Folha de São Paulo. 18/4/2013.
  20. Garcia, Rodolfo, org. Obras do Barão do Rio Branco: Efemérides brasileiras. Brasília: FUNAG, 2012.
  21. Gozzer, Stefania. “Huáscar: la fascinante historia del barco que divide a Perú y Chile desde hace 140 años (y qué tiene que ver con la Guerra del Pacífico)” BBC, 15 de outubro de 2019. https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-49968056
  22. Guedes, Maria Tarcila Ferreira. “A proteção dos bens culturais em tempos de guerra e de paz: a participação brasileira na Conferência de Haia, no Pacto de Röerich e na Convenção de Haia.” Anais do Museu Paulista, 26, n. 19 (2018): 1-31. https://doi.org/10.1590/1982-02672018v26e19
  23. Henckaerts, Jean-Marie. “New Rules for the protection of cultural property in armed conflict”. International Review of the Red Cross. v. 81, 835 (1999): 593-620.
  24. Homero. Iliada. Vieira, Trajano (org.). São Paulo: Editora 34, 2020.
  25. Imperial War Museum. Annual Report and Accounts 2018–2019. Disponível em https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/819427/IM_Annual_Reports_and_Accounts_2018-2019.pdf.
  26. Instituto do Patrimônio Histórico Nacional. Ata da LXV Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. 4 de novembro de 2010 Jornal de Brasília (s.a.). 10 de abril de 1980.
  27. La República. (s.a.). 5 de setembro de 2010 https://larepublica.pe/archivo/482938-donde-debe-estar-el-huascar/
  28. La Tribuna. (s.a.). 6 de agosto de 1974.
  29. La Tercera (s.a.). https://www.latercera.com/noticia/alusion-de-ravinet-a-posible-devolucion-del-huascar-a-peru-abre-debate-entre-parlamentarios-2/
  30. Lagránge, Louis Chancel de. A Tomada do Rio de Janeiro em 1711 por Duguay-Trouin. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1967.
  31. Ministério das Relações Exteriores. Informação ao Presidente da República. n. 304. 12/11/1975.
  32. Ministério das Relações Exteriores. Despacho ao Memorandum ARC/34. 31 de março de 1976.
  33. Loaeza, Soledad. “La Visita Del General De Gaulle a México: El Desencuentro Francomexicano.” Foro Internacional. v. 31, n. 2 (1990): 294–313.
  34. Nora, Pierre. “Entre memória e história: a problemática dos lugares.”. Projeto História, n. 10 (1993): 7-28
  35. Nightingale, Danny. Bulford Military Court Centre. Sentencing remarks of HHJ Jeff Blackett. 25/7/2013. Disponível em https://web.archive.org/web/20130823050521/http://www.judiciary.gov.uk/Resources/JCO/
  36. Documents/Judgments/130725-nightingale-sentencing-remarks.pdf
  37. Novakova, Lucia; Salyova, Romana. “Celebrating victory: art and war booty in Classical Greece.” Ilria Internacional Revie, v. 9, n.2 (2019): 191-201.
  38. Novedades (s.a.) 6/3/1964
  39. Offroy, Raymond. “De Gaulle et l’Amérique latine”. Espoir, n. 61 (1987) : 27-57.
  40. Orwell, George. 1984. London: Secker and Warburg, 1949.
  41. Peru. “Manual de Derecho Internacional Humanitario y Derechos Humanos para las Fuerzas Armadas”. Resolución Ministerial No. 049-2010/ DE/VP. 21 de maio de 2010.
  42. Pinker, Steven. The better angels of our nature. New York: Viking, 2011.
  43. Reta, Jose Oroz e Manuel Casquero. eds. San Isidoro de Sevilla. Etimologías, vol.I-II. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1982.
  44. Rich, John. “Roman rituals of war”. Em The Oxford Handbook of Warfare in the Classical World. org. Bryan Campbell e Bryan Trittle, 542-68. Oxford: Oxford Handbooks, 2013. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780195304657.013.0028
  45. Radio Pública Peruana (s.a.). 16 de agosto 2010. Disponível em https://rpp.pe/politica/actualidad/ministro-ravinet-chile-esta-renovando-su-sistema-de-defensa-antiaereo-noticia-288225
  46. Senado Federal. Ofício n. 460. 7 de junho de 1983.
  47. Stoiani, Raquel. “Da Espada à Águia: Construção Simbólica do Poder e Legitimação Política de Napoleão Bonaparte.” Dissertação de Mestrado, São Paulo, Universidade de São Paulo, 2002.
  48. Tetteris, Karin. “The embodiment of victory. Heritagization of war trophies in early modern Sweden.” Dissertação de Mestrado, Estocolmo, Universidade de Estocolmo, 2014.
  49. Tiempo. vol. XLIV. num. 1141. (s.a.). 16 de março de 1964
  50. Vance, J. F. . “Tangible Demonstrations of a Great Victory: War Trophies in Canada”. Material Culture Review, n. 42 (1995): 47-56.
  51. Vaïsse, Maurice. La Grandeur: politique étrangère du général de Gaulle. Paris: Fayard, 1998.
  52. Zétola, Bruno Miranda. “Triunfos militares e legitimação de poder na antiguidade romana”. Métis, 5, (2006): 35-59.