Vol. 30 No. 1 (2024): Digital History: technology and historiography between theory and practice
Dossiê

“Anos Tenebrosos”: a luta armada na obra da Brasil Paralelo

Murilo Cleto
IFPR
Capa da revista Locus (UFJF)

Published 2024-08-26

Keywords

  • Brasil Paralelo,
  • História Digital,
  • Luta armada,
  • Regime militar

How to Cite

Cleto, Murilo. 2024. “‘Anos Tenebrosos’: A Luta Armada Na Obra Da Brasil Paralelo”. Locus: History Journal 30 (1):114-37. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2024.v30.43946.

Abstract

Founded in 2016, at the height of the Brazilian political-institutional crisis, Brasil Paralelo is one of the most significant initiatives of Digital Public History of the new Brazilian right-wing. Its ideological revisionism has delved into various themes of Brazilian history, such as colonization, black slavery, and, of course, the military regime. The dictatorship is an especially sensitive topic for the company, considering its opposition stance to dominant publics in public debate and its understanding of what it defines as "cultural Marxism." With the promise to debunk teachers, researchers, and journalists, the documentary "1964 - Brazil between arms and books" is Brasil Paralelo's most comprehensive production on the subject. It discusses the Cold War, foreign interference, the military coup, censorship, repression, and the role of armed struggle. In this article, we will discuss the concepts of Public History and Digital History, followed by an overview of Brasil Paralelo's role in public debate and an analysis of its ideological revisionism in the face of armed resistance to the dictatorship.

Downloads

Download data is not yet available.

References

  1. Alfano, Bruno, e Johhans Eller. “Criticada por Bolsonaro por ser ‘de esquerda’, TV Escola exibiu documentário com Olavo de Carvalho, O Globo, 16 de dezembro de 2019. https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/criticada-por-bolsonaro-por-ser-de-esquerda-tv-escola-exibiu-documentario-com-olavo-de-carvalho-24130625.
  2. Almeida, Fabio Chang de. “Internet, fontes digitais e pesquisa histórica”. Em História Digital: a historiografia diante dos recursos e das demandas de um novo tempo, org. José D’Assunção Barros. 101-119. Petrópolis: Vozes, 2022.
  3. Batista, Liz. “Atentado do Riocentro: as bombas que tentaram parar a abertura política”. O Estado de S. Paulo, 30 abril de 2021. https://www.estadao.com.br/acervo/atentado-do-riocentro-as-bombas-que-tentaram-parar-a-aberturapolitica/.
  4. Bauer, Caroline. “Usos do passado da ditadura brasileira em manifestações públicas de Jair Bolsonaro”. Em Do fake ao fato: (des)atualizando Bolsonaro, orgs. Bruna Klem, Mateus Pereira e Valdei Araujo. 173-193. Vitória: Milfontes, 2020.
  5. Betim, Felipe. “‘Provamos que a tortura foi uma política de Estado durante a ditadura’”. El País Brasil, 10 de outubro de 2014. https://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/09/politica/1412885347_047042.html.
  6. Borges, Rodolfo. “Documento da CIA relata que cúpula do Governo militar brasileiro autorizou execuções”. El País Brasil, 10 mai. 2018. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/10/politica/1525976675_975787.html.
  7. Brasil Paralelo. 2018. “EP 1 - O Teatro das Tesouras | 1989”. YouTube, 24:19. https://youtu.be/Ue77esm5Kqs.
  8. Brasil Paralelo. 2019. “1964 - O Brasil entre armas e livros”. YouTube, 2:07:19. https://youtu.be/yTenWQHRPIg.
  9. Brasil Paralelo. 2020. “Comunismo, fascismo e liberalismo: adversários ou irmãos”. YouTube, 8:57. https://youtu.be/IECP2VuGlj4.
  10. Carvalho, Luiz Maklouf. “As armas e os varões”. piauí, abril de 2009, edição 31. https://piaui.folha.uol.com.br/materia/as-armas-e-os-varoes/.
  11. Cesarino, Letícia. O mundo do avesso: verdade e política na era digital. São Paulo: Ubu Editora, 2022.
  12. “Cinemark diz ter errado ao exibir filme pró-ditadura”. O Globo, 1 de abril de 2019a. https://oglobo.globo.com/cultura/filmes/cinemark-diz-ter-errado-ao-exibir-filme-pro-ditadura-23566389.
  13. Cleto, Murilo Prado. “As novas direitas brasileiras e o revisionismo da escravidão negra em Brasil: a Última Cruzada”. Lusotopie, 21, n. 2 (2022): 1-16. https://journals.openedition.org/lusotopie/6105.
  14. “Clubes militares listam os mortos pela esquerda”. Folha de S. Paulo, 11 de dezembro de 2014. http://folha.com/no1561302.
  15. Costa, Flávio, e Guilherme Azevedo. “Atentado a bomba matou 2 pessoas durante campanha presidencial na ditadura”. UOL, 6 de setembro de 2018. https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/06/atentado-a-bomba-matou-2-pess oas-no-aeroporto-do-recife-em-1966.htm.
  16. Couto, Marlen. “Após eleições, canais bolsonaristas retiram do ar mais de 4 mil vídeos do YouTube”. O Globo, 3 de novembro de 2022. https://oglobo.globo.com/blogs/sonar-a-escuta-das-redes/post/2022/11/apos-eleicoes-canais-bolsonaristas-retiram-do-ar-mais-de-4-mil-videos-no-youtube.ghtml.
  17. “Direito de Resposta Brasil Paralelo”. O Globo, 25 de junho de 2019b. https://oglobo.globo.com/politica/direito-de-resposta-brasil-paralelo-23761972.
  18. Gabeira, Fernando. O que é isso, companheiro? São Paulo: Companhia de Bolso, 2009.
  19. Gaspari, Elio. A ditadura escancarada. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.
  20. “General Mourão admite que, na hipótese de anarquia, pode haver ‘autogolpe’ do presidente com apoio das Forças Armadas”. G1, 8 de setembro de 2018. https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/2018/09/08/general-mourao-admite-que-na-hipotese-de-anarquia-pode-haver-autogolpe-do-presidente-com-apoio-das-forcas-armadas.ghtml.
  21. Gorender, Jacob. Combate nas trevas — A esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada. São Paulo: Ática, 1987.
  22. Gruner, Clóvis. “Quadros da barbárie, quadros de memória: a experiência autoritária no Brasil, Argentina e Uruguai em quadrinhos”. Em Artes & Violências, orgs. Rosane Kaminski, Vinícius Honesko e Luiz Carlos Sereza. 225-246. São Paulo: Intermeios, 2020.
  23. Jansen, Roberta. “Human Rights Watch: ditadura no Brasil torturou 20 mil pessoas; 434 foram mortas ou desapareceram”. O Estado de S. Paulo, 27 de março de 2019. https://www.estadao.com.br/politica/human-rights-watch-ditadura-no-brasil-torturou-20-mil-pessoas-4 34-foram-mortas-ou-desapareceram/.
  24. Loyola, Leandro. “Uma breve história de Dilma Rousseff, da luta armada ao Palácio do Planalto”. Época, 25 de outubro de 2014. https://epoca.globo.com/tempo/eleicoes/noticia/2014/10/uma-bbreve-historia-de-dilma-rousseffb-da-luta-armada-ao-palacio-do-planalto.html.
  25. Lucchesi, Anita, e Bruno Leal Pastor Carvalho. “História Digital: reflexões, experiências e perspectivas”. Em História Pública no Brasil: sentidos e itinerários, org. Ana Maria Mauad, Juniele Rabêlo de Almeida e Ricardo Santhiago. 149-163. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
  26. Magalhães, Luiz Antonio. “Folha publicou ficha falsa de Dilma”. Observatório da Imprensa, 25 de abril de 2009. https://www.observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/folha-publicou-ficha-falsa-de-dilma/.
  27. “MENTIR sob tortura não é fácil”, reage ministra. Folha de S. Paulo, 8 de maio de 2008. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0805200823.htm.
  28. Monteleone, Joana. Sobre as fontes de Hugo Studart em "Borboletas e Lobisomens". Opera Mundi, 21 de julho de 2018. https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/53867/sobre-as-fontes-de-hugo-studart-em-borboletas-e-lobisomens.
  29. Moraes, Everton Oliveira de, e Murilo Prado Cleto. “A última cruzada: tempo e historicidade na série da produtora Brasil Paralelo”. Tempo e Argumento, 15, n. 38 (2023): e0108. https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180315382023e0108.
  30. Motta, Rodrigo Patto Sá. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964). Rio de Janeiro: Eduff, 2020.
  31. Motta, Rodrigo Patto Sá. Passados presentes: o golpe de 1964 e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Zahar, 2021
  32. Napolitano, Marcos. “A imprensa e a construção da memória do regime militar brasileiro (1965-1985)”. Estudos Ibero-Americanos, 43, n. 2 (2017): 346-366. https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/iberoamericana/article/view/24766.
  33. Napolitano, Marcos. “Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI”. Em Novos combates pela História, org. Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky. 85-111.
  34. Napolitano, Marcos. “Recordar é vencer: as dinâmicas e vicissitudes da construção da memória sobre o regime militar brasileiro”. Antíteses, 8, n. 15esp. (2015): 09-44. https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/23617.
  35. Oliveira, David Barbosa, e Reis, Ulisses Levy Silvério dos. “A teoria dos dois demônios: resistências ao processo brasileiro de justiça de transição”. Revista Direito e Práxis, 12, n. 1 (2021): 48-76. https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/45326.
  36. Ortellado, Pablo. “Precisamos escutar”. O Globo, 11 de novembro de 2021. https://blogs.oglobo.globo.com/opiniao/post/precisamos-escutar.html.
  37. Paulo, Diego Martins Dória. “Brasil Paralelo tenta censurar debate”. Le Monde Diplomatique Brasil, 21 de julho de 2020. https://diplomatique.org.br/brasil-paralelo-tenta-censurar-debate/.
  38. Pereira, Mateus, e Valdei Araujo. Atualismo 1.0: como a ideia de atualização mudou o século XXI. Vitória: Editora Milfontes; Mariana: Editora da SBTHH, 2019.
  39. Quadros, Vasconcelo. “Militares teriam levado presos políticos para matar no Araguaia”. Agência Pública, 14 de julho de 2021. https://apublica.org/2021/07/militares-teriam-levado-presos-politicos-para-matar-no-araguaia/.
  40. Reis Filho, Daniel Aarão. A revolução faltou ao encontro: os comunistas no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1990.
  41. Roberto Monte. 2013. “Retratação política em Toritama PE - A volta dos restos mortais de José Manoel da Silva”. YouTube, 20:53. https://youtu.be/1gKlK_bJ1bg.
  42. Rossi, Marina. “A regra de sangue da Operação Condor, a aliança mortífera das ditaduras do Cone Sul”. El País Brasil, 30 de março de 2019. https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/29/politica/1553895462_193096.html.
  43. Santhiago, Ricardo. “Duas palavras, muitos significados: alguns comentários sobre a história pública no Brasil”. Em História Pública no Brasil: sentidos e itinerários, org. Ana Maria Mauad, Juniele Rabêlo de Almeida e Ricardo Santhiago. 23-35. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
  44. Santos, Mayara Aparecida Machado Balestro dos. “Agenda conservadora, ultraliberalismo e ‘guerra cultural’: ‘Brasil Paralelo’ e a hegemonia das direitas no Brasil contemporâneo (2016-2020)”. Dissertação de Mestrado, Marechal Cândido Rondon, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2021.
  45. Serapião, Fabio, Cézar Feitosa, e Julia Chaib. “Minuta do golpe foi discutida na Defesa sob Bolsonaro e teve momento de tensão. Folha de S. Paulo, 15 de março de 2024. https://folha.com/90h214wz.
  46. The Noite com Danilo Gentili. 2019. “Entrevista com os produtores de ‘1964: o Brasil entre armas e livros’. YouTube, 21:31. https://youtu.be/-cbyRJnZExk.
  47. Ustra, Carlos Alberto Brilhante. “Apresentação”. Em Orvil: tentativas de tomada do poder, orgs. Lício Maciel e José Conegundes Nascimento. 23-26. São Paulo: Schoba, 2012.
  48. “Vera Sílvia Magalhães - A História de uma Guerrilheira”. Câmara dos Deputados, 15 de janeiro de 2004. https://www.camara.leg.br/tv/212737-vera-silvia-magalhaes-a-historia-de-uma-guerrilheira/.
  49. Villa, Marco Antonio. “Ditadura à brasileira”. Folha de S. Paulo, 5 de março de 2009. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0503200908.htm.