A composição do preço do escravizado no recôncavo açucareiro da Bahia colonial: um estudo de caso a partir da escravaria de Custódio Ferreira Dias (c. 1750 a c. 1800)
Published 2022-07-05
Keywords
- Quantitative History. Historical demography. Slavery. Colonial period. Reconcavo of Bahia.
How to Cite
Copyright (c) 2022 AUGUSTO FAGUNDES DA SILVA DOS SANTOS
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Abstract
O presente artigo busca através da amostragem obtida a partir dos dados extraídos do inventário post-mortem do senhor de engenho Custódio Ferreira Dias analisar o perfil e o valor econômico da população cativa no Recôncavo açucareiro baiano da segunda metade do século XVIII. A grande quantidade de terras e os quatro engenhos de açúcar desse senhor demandaram uma imensa escravaria composta por 336 almas, que permitiram examinar variáveis quantitativas e demográficas importantes da população esvravizada na região, tais como: sexo, idade, origem étnica, condição de saúde,nível de qualificação e composição do preço do cativo. Além da apresentação de dados inéditos, o presente trabalho possibilita o questionamento de algumas visões tácitas presentes na historiografia.
Downloads
References
- ANDRADE, Maria José Souza de. A mão de obra escrava em Salvador, 1811-1860. São Paulo: Corrupio, 1988.
- ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e Minas em 1711. São Paulo: Edusp, 2007.
- BARICKMAM, B. J. Um Contraponto baiano: açúcar, fumo, mandioca e escravidão no Recôncavo, 1789-1860. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
- DOSSE, François. O desafio biográfico: escrever uma vida. São Paulo: Unesp, 2009.
- FERLINI, Vera. Terra, Trabalho e Poder: o mundo dos engenhos no Nordeste colonial. São Paulo: Brasiliense, 1988.
- MASCARENHAS, Maria José Rapassi. Fortunas coloniais - Elite e riqueza em Salvador 1760 – 1808. Doutorado em História Econômica. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1999.
- MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Bahia, século XIX: uma Província do Império. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
- MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Bahia: a cidade do Salvador e seu mercado no século XIX. São Paulo: Hucitec; Salvador: Secretaria Municipal de Educação e Cultura, 1978.
- NOGUEIRA, Gabriela Amorim. "Viver por si", viver pelos seus: famílias e comunidades de escravos e forros no "Certam de Sima do Sam Francisco" (1730-1790). Mestrado em História Regional e Local, UNEB, 2011.
- PARES, L. N. Milicianos, barbeiros e traficantes numa irmandade católica de africanos minas e jejes (Bahia, 1770-1830). Tempo. Revista do Departamento de História da UFF, v. 20, p. 1-32, 2014.
- PARES, L. N. O processo de crioulização no Recôncavo baiano (1750-1800). Afro-Ásia (UFBA), Salvador, v. 33, p. 70-101, 2005.
- PIMENTA, T. S.; DANTAS, R.A. Barbeiros-Sangradores no Rio de Janeiro Oitocentista: Transformações de um ofício. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) - ABPN, v. 6, p. 6-24, 2014.
- PIRES, Maria de Fátima N. Fios da vida: Tráfico Interprovincial e Alforrias nos Sertoins de Sima, 1860-1920. São Paulo: Annablume, 2009.
- REIS, Isabel C. F. A família negra no tempo da escravidão: Bahia, 1850-1888. Campinas. Doutorado em História. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2007.
- REIS, João José & SILVA JR., Carlos (Orgs.). Atlântico de dor: faces do tráfico de escravos. Belo Horizonte: Fino Traço, 2016.
- RIBEIRO, Geisa Lourenço. Enlaces e desenlaces: família escrava e reprodução endógena no Espírito Santo (1790-1871). Mestrado em História Social. Vitoria: UFES, 2012.
- ROCHA, Uelton Freitas. Recôncavas Fortunas: a dinâmica da riqueza em Cachoeira (1837-1889). Mestrado em História. Salvador: UFBA, 2015.
- SCHWARTZ, Stuart. Segredos Internos: Engenhos e Escravos na sociedade Colonial, 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
- SILVA, Ana Paula Albuquerque. Produção fumageira: fazendas e lavradores no Recôncavo da Bahia (1773-1831). Mestrado em História. Salvador: UFBA, 2015.
- SLENES, Robert Wayne Andrew. Na Senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava (Brasil - Sudeste, século XIX). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
- SOARES, Carlos Eugênio Líbano; SILVA JR., Carlos,; DOMINGUES, Cândido (Orgs). Africanos na cidade da Bahia: tráfico negreiro, escravidão e identidade africana - Século XVIII. Belo Horizonte: Fino Traço, 2017.
- VERGER, Pierre. Fluxo e Refluxo do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Bahia de todos os Santos: século XVII ao XIX. São Paulo: Corrupio, 1987.
- VERSIANI, F.R. ; NOGUERÓL, L. P. F. ; VERGOLINO, J. R. O. ; RESENDE, G. Preços de Escravos e Produtividade do Trabalho Cativo: Pernambuco e Rio Grande do Sul, século XIX. In: Anais do XLI Encontro Nacional de Economia, Foz do Iguaçú, 2013.
- XIMENES, Cristiana Ferreira Lyrio. Bahia e Angola: redes comerciais e o tráfico de escravos (1750-1808). Doutorado em História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2013.