v. 28 n. 1 (2022): Dossiê: História recente da política externa da América Latina: uma questão de elites?
Seção Livre

Estela no silêncio da dúvida: um estudo sobre as relações afetivas no romance “O Perdão”, de Andradina de Oliveira

Carlos Eduardo Millen Grosso
UFPR, Curitiba, Paraná, Brasil

Publicado 2022-07-05

Palavras-chave

  • Escritoras mulheres,
  • Crítica literária,
  • Andradina de Oliveira,
  • O Perdão

Como Citar

Millen Grosso, Carlos Eduardo. 2022. “Estela No Silêncio Da Dúvida: Um Estudo Sobre As relações Afetivas No Romance ‘O Perdão’, De Andradina De Oliveira”. Locus: Revista De História 28 (1):188-205. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2022.v28.33703.

Resumo

Este artigo tem como base documental o romance O Perdão, da porto-alegrense Andradina de Oliveira. O objetivo é analisar o universo de valores e condutas em disputas pelas personagens no que concerne às relações afetivas. Inicialmente, discorre-se sobre o uso da literatura como fonte de pesquisa histórica, abordando o modo escolhido para explorar o material literário. Posteriormente, reflete-se sobre a questão do cânone e sua relação com a produção literária de autoria feminina, explorando os mecanismos de regulação literária no Brasil da segunda metade do século XIX às primeiras décadas do século XX, especialmente no que se refere à produção da autora. Em seguida, apresenta-se as principais obras de Andradina de Oliveira. Por último, a partir dos discursos das personagens, especialmente de Estela, busca-se analisar a dinâmica e a estratégia do sistema de alianças matrimoniais apresentado na obra.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. Aguiar, Thiago Moreira. “Andradina de Oliveira: tentativa de contextualização histórica”. Dissertação de mestrado, Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, 2016.
  2. Albuquerque Júnior, Durval Muniz de. História: a arte de inventar o passado. Bauru: Edusc, 2007.
  3. Brandolt, Marlene Rodrigues. “Entre o fim do século XIX e o início do século XX: a luta pelo divórcio e as escritoras brasileiras”. Tese de doutoramento, Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, 2017.
  4. Bresciani, Stella, org. Imagens da cidade: séculos XIX e XX. São Paulo: Marco Zero/ANPUH, 1994.
  5. Clotilde, Francisca. A divorciada. Fortaleza: Terra Bárbara, 1996.
  6. Cesar, Guilhermino. História da Literatura do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora Globo, 1971.
  7. Chalhoub, Sidney. Machado de Assis: historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
  8. Chartier, Roger. A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
  9. Corrêa, Sílvio Marcus de Souza. “Sexualidade e Poder na Belle Époque de Porto Alegre”. Dissertação de mestrado, Porto Alegre, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,
  10. Costa, Jurandir Freire. Sem fraude nem favor: estudo sobre o amor romântico. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1998.
  11. Costa Lima, Luiz. Sociedade e discurso ficcional. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
  12. Coulouris, Daniella Georges. “A desconfiança em relação à palavra da vítima e o sentido da punição em processos judiciais de estupro”. Tese de doutoramento, São Paulo, Universidade de São Paulo, 2010.
  13. D’Incao, Maria Ângela. “Mulher e família burguesa”. Em História das mulheres no Brasil, org. Mary Del Priore, 223-240. São Paulo: Contexto, 2004.
  14. Dolores, Carmen. A luta. Florianópolis: Ed. Mulheres, 2001.
  15. Duarte, Constância Lima. “O cânone literário e a autoria feminina”. Em Gênero e Ciências Humanas, org. Neuma Aguiar, 86-94. Rio de Janeiro: Record/ Rosa dos Tempos, 1997.
  16. Gautério, Rosa Cristina Hood. “Escrínio, Andradina de Oliveira e sociedade(s): entrelaços de um legado feminista”. Tese de doutoramento, Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, 2015.
  17. Gusmão, Emery Marques. “Debates sobre educação feminina no século XIX: Nísia Floresta e Maria Amália Vaz de Carvalho.” Revista Estudos Históricos, 25, n.50 (2012): 269-289. https://doi.org/10.1590/S0103-21862012000200001
  18. Hollanda, Heloisa Buarque, e Lucia Nascimento Araújo. Ensaístas Brasileiras: mulheres que escreveram sobre literatura e artes de 1860 a 1991. Rio Janeiro: Rocco, 1993.
  19. Iser, Wolfgang. O fictício e o imaginário: perspectivas de antropologia literária. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.
  20. Iser, Wolfgang. “Os atos de fingir ou o que é fictício no texto ficcional”. Em Teoria da literatura em suas fontes, org. Luiz Costa Lima, 955-985. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
  21. Ismério, Clarisse. Mulher: a moral e o imaginário (1889-1930). Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995.
  22. Maia, Lúcia. Porto Alegre, Belle Époque: a paixão segundo Andradina. Porto Alegre: CORAG, 20015.
  23. Muzart, Zahidé Lupinacci. “Feminismo e literatura ou quando a mulher começou a falar”. Em História da literatura, teorias, temas e autores, org. Maria Eunice Moreira, 267-278. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2003.
  24. Oliveira, Andradina de. A mulher rio-grandense: escriptoras mortas. Porto Alegre: Americana, 1907.
  25. Oliveira, Andradina de. Divórcio? Porto Alegre: Ediplat; Florianópolis: Editora das Mulheres, 2017.
  26. Oliveira, Andradina de. O Perdão. Florianópolis: Editora Mulheres, 2010.
  27. Pedro, Joana Maria. “Mulheres do Sul”. Em História das mulheres no Brasil, org. Carla Bassanezi, e Mary Del Priori, 278-320, São Paulo: Contexto, 1997.
  28. Pereira, Lúcia Miguel. História da Literatura Brasileira: prosa de ficção (1870-1920). Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988.
  29. Pesavento, Sandra Jatahy. O imaginário da cidade: visões literárias do urbano. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2002.
  30. Prosperi, Adriano. Dar a alma: história de um infanticídio. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
  31. Rago, Margareth. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar. Brasil (1890-1930). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
  32. Ricouer, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Editora Unicamp, 2007.
  33. Rohden, Fabíola. “Ginecologia, gênero e sexualidade na ciência do século XIX”. Horizontes Antropológicos, 8, n.17 (2002): 101-125. https://doi.org/10.1590/S0104-71832002000100006
  34. Santiago, Silviano. “Arte masculina?”. Em A desconstrução do masculino, org. Sócrates Nolasco, 99-102. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
  35. Schmidt, Rita Terezinha. “Andradina América Andrade de Oliveira”. Em Escritoras brasileiras do século XIX: antologia, org. Zahidé Lupinacci Muzart, 835-859. Florianópolis: Mulheres; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004.
  36. Schmidt, Rita Terezinha. Descentramentos/convergências: ensaios de crítica feminista. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2017.
  37. Senna, Adriana Kivanski. “As tentativas de implementação do divórcio absoluto no Brasil e a imprensa rio-grandina (1889-1916)”. Tese de doutoramento, Porto Alegre, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2006.
  38. Sevcenko, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
  39. Shumaher, Shuma, e Érico Vital Brazil. Dicionário Mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
  40. Soihet, Raquel. Condição feminina e formas de violência: mulheres pobres e ordem urbana (1890-1920). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989.
  41. Vázquez, Georgina G. H. “Ludibriando a natureza: mulheres, aborto e medicina”. História, Questões & Debates, n.47 (2007): 43-64. https://doi.org/10.5380/his.v47i0.12110
  42. Veríssimo, José. História da Literatura Brasileira. 5º ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1969.
  43. Zilberman, Regina. Literatura no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1992.