v. 26 n. 1 (2020): Dossiê - Identidades e sexualidades hegemônicas e contra-hegemônicas. Feminidades e masculinidades em tempos autoritários
Dossiê

Da diáspora à nação, de casa à dispersão: a subjetividade queer palestiniana

Bruno Costa
Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
Manuel Loff
Universidade do Porto e Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa

Publicado 2020-04-18 — Atualizado em 2021-04-28

Versões

Palavras-chave

  • Diáspora,
  • Normativo,
  • Palestina,
  • Queer,
  • Travessia

Como Citar

Costa, Bruno, e Manuel Loff. (2020) 2021. “Da diáspora à nação, De Casa à dispersão: A Subjetividade Queer Palestiniana”. Locus: Revista De História 26 (1):149-71. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2020.v26.29790.

Resumo

Neste artigo é pensada a tensão entre inclusão e exclusão da subjetividade queer palestiniana. Partimos do conceito lato de “diáspora” apresentado por James Clifford, em Routes: Travel and Translation in the Late Twentieth Century (1997) e do conceito queer proposto por João Manuel de Oliveira, no Dicionário Alice (2019), para pensar a dupla rutura desta subjetividade, em relação a uma origem territorial e a uma sexualidade normativa. Do ponto de vista metodológico, destacamos o uso de fontes bibliográficas secundárias de forma transdisciplinar –de áreas do conhecimento tão diversas como a antropologia, a história, o planeamento urbano, os estudos culturais e pós-coloniais e os estudos de género e sexualidade–, a partir das quais analisamos a reabilitação do corpo físico e social do judeu pelo movimento sionista e as novas estratégias propostas para uma integração instrumental de subjetividades queer dentro do espaço normativo e militarista dos Estados-nação. Estas fontes bibliográficas secundárias e relatos de subjetividades queer palestinianas –recolhidos da imprensa internacional– permitiram-nos compreender que essa dupla rutura é interdependente da construção histórica do Sionismo como projeto político e ideológico, algo que se manifesta no momento da (ou na tentativa de) travessia da subjetividade queer palestiniana para o Estado de Israel. Nesse tempo e espaço ela é integrada nas narrativas ocidentais de progresso e democracia, como subjetividade queer, ao mesmo tempo que é excluída como subjetividade palestiniana racializada e patológica.

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