v. 31 n. 1 (2025): Locus: Revista de História _V.31, N.1 (2025)
Editorial

Editorial: Mirando o futuro

Hebe Mattos
Ufjf

Publicado 2025-08-11

Palavras-chave

  • Editorial

Como Citar

Mattos, Hebe. 2025. “Editorial: Mirando O Futuro”. Locus: Revista De História 31 (1):01-02. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2025.v31.49780.

Resumo

Editorial Locus Revista de História. V. 31 n. 1

Mirando o futuro

É com satisfação que colocamos no ar o primeiro número do volume 31 da Locus: Revista de História. Neste número, o dossiê revisita os debates do colóquio que marcou as celebrações dos 20 anos do PPGH/UFJF e aprofunda as discussões nele presentes sobre a metodologia da micro-história, pensada em perspectiva global, a partir das noções de colonialidade e translocalidade.  Traz também uma homenagem ao historiador Giovanni Levi e seu papel fundacional neste campo. Publicamos a conferência por ele proferida no colóquio e uma entrevista inédita então concedida a Mônica Ribeiro de Oliveira e Maíra Vendrame. Os organizadores do dossiê, Hevelly Ferreira Acruche e Robert Daibert Jr. introduzem a riqueza da discussão e o conjunto dos artigos em sua Apresentação. Confiram.

Refletir sobre o caminho percorrido é atitude que mira o futuro.  Neste número, celebramos também a crescente procura da revista, com artigos em estreito diálogo com a área de concentração e as linhas de pesquisa do Programa. A sessão livre vem densa e instigante.

As discussões sobre patrimônio e arte se fazem presentes, honrando a tradição. O Patrimônio enquanto inconsciente da historiografia é o título do inspirador artigo de Rogério Mattos, sobre a necessidade de incorporar as novas construções e vivências do patrimônio de herança negra para a construção de uma agenda inovadora tanto na escrita como no ensino de história.  Na sequência, Enrique Normando Cruz apresenta, em espanhol, o artigo Contexto y nuevos datos históricos acerca de un pintor al Noroeste del Río de la Plata (Jujuy, siglo XVIII), a partir de novas e originais informações sobre a obra e trajetória do pintor Diego de Aliaga.  Transtemporalidade e o anacronismo das imagens: uma leitura possível da obra A imperatriz antropófaga, de Fernando Lindote, escrito por Rodolpho Bastos e Rafaela Barbieri, fecha o conjunto de reflexões neste campo, explorando o conceito de anacronismo das imagens de George Didi-Huberman e as contribuições sobre experiências temporais de Reinhart Koselleck, para explorar na tela de 2017 do pintor catariense Fernando Lindote,  “as marcas da colonização, da resistência dos povos colonizados e de temporalidades antigas”.

A política e os usos políticos do passado não poderiam estar de fora dos temas abordados nesta rica sessão livre. Partidos para quê? Quatro questões sobre os partidos políticos na Primeira República (1889–1930) de Surama Conde Sa Pinto abre a sequência em grande estilo, revistando o clássico tema das eleições e dos partidos políticos na Primeira Repúbica brasileira, em que a autora é reconhecida especialista. Continuando com temas clássicos da historiografia politica brasileira, A Classe Militar no século XIX: A imprensa como campo de discussão e definição da instituição militar de Fenanda de Santos Nascimento analisa o discursos dos periódicos militares brasileiros de 1850 a 1881, entendendo  a imprensa militar do período como “canal de disseminação de ideias sobre o que é ser militar” em um momento em que ainda não se formara um discurso efetivamente institucional. Fechamos a trilogia com  Paradoxos dos direitos humanos e a judicialização dos crimes da ditadura civil-militar brasileira (1973-2023), de Camila Cristina Silva, que aborda a contraditória história do terrorismo de estado na ditatura civil-militar brasileira como problema jurídico.

Ainda não é tudo. Para concluir, retornamos à  translocalidade como problema e fechamos com histórias africanas e latino-americanas, territórios fecundos da reflexão coletiva do PPGH/UFJF. Pastores africanos no horizonte da “ocupação” da Angola central: Ngulu, Keto e a expansão da missão congregacional (c. 1880-1900) , de Jéssica Evelyn Pereira dos Santos, aborda as primeiras missões protestantes estabelecidas na região de Angola Central a partir da trajetória de dois jovens que se tornaram pastores, professores e líderes comunitários. Por fim, Milton Ferreira Santos resenha o livro  Historia mínima de las derechas latinoamericanas de Ernesto Bohoslavsky e Priscila Emanoeli Rodrigues Cozer a coletânea Os tempos da justiça: História, infâncias e direitos humanos na América Latina, organizada por Silvia Maria Fávero Arend e Humberto da Silva Miranda, ambos editados em 2023.

Boa leitura!

Hebe Mattos, editora

Juiz de Fora, julho 2025

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