v. 29 n. 2 (2023): Histórias das artes, história das imagens
Seção Livre

Uma comunidade de sistema ideológico transnacional? Os intelectuais de direita e a “defesa da civilização cristã e ocidental” no Brasil e na França (1954-1964)

Diogo Cunha
Universidade Federal de Pernambuco
Rodrigo Nabuco de Araújo
Université de Reims Champagne-Ardennes

Publicado 2024-01-08

Palavras-chave

  • Intelectuais; Direitas; Comunidade de sistema ideológico transnacional; Guerra da Argélia; Brasil.

Como Citar

Cunha, Diogo, e Rodrigo Nabuco de Araújo. 2024. “Uma Comunidade De Sistema ideológico Transnacional? Os Intelectuais De Direita E a ‘defesa Da civilização Cristã E ocidental’ No Brasil E Na França (1954-1964)”. Locus: Revista De História 29 (2):152-86. https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/42316.

Resumo

Esse artigo apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa sobre a circulação de ideias entre a França e o Brasil e sobre as conexões entre intelectuais brasileiros e franceses entre 1954 e 1964. Nossa hipótese é que esses intelectuais formaram uma comunidade de sistema ideológico transnacional cuja principal preocupação era a defesa da civilização cristã e ocidental, ameaçada pelo avanço do comunismo e pela Guerra da Argélia (1954-1962)

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. Archives
  2. “Angola et Algérie, le même combat”, Rivarol, 05 de outubro de 1961.
  3. Athayde, Austregésilo. “Caraterísticas psicossociais do povo brasileiro”. Rio de Janeiro: Biblioteca da Escola Superior de Guerra (Documento datilografado). Conferência pronunciada na Escola Superior de Guerra em 28 de maio de 1963 (republicado pela Revista da Academia Brasileira de Letras, nº 105, Janeiro-Junho de 1963).
  4. Athayde, Austregésilo. “O panorama mundial da atualidade”. Rio de Janeiro: Biblioteca da Escola Superior de Guerra (Documento datilografado). Conferência pronunciada na Escola Superior de Guerra em 10 de maio de 1955.
  5. Castro, Paulo de. Terceira Força. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1958.
  6. Galvão de Sousa, José Pedro. “A problemática da segurança nacional”. Convivium, 29-43, jul./ago. 1962.
  7. Garcez Neto, Martinho. “As garantias constitucionais das liberdades públicas”. Monografia, Escola Superior de Guerra, T-02-58.
  8. Garcez Neto, Martinho. Democracia, doutrinas políticas e segurança nacional. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1965.
  9. “L’Occident comprendra-t-il enfin que la ‘Révolution Mondiale’ n’est pas une formule rhétorique?”, Rivarol, 13 de julho de 1960.
  10. “Mil e quinhentos descendentes dos primeiros povoadores se reuniram no Aterro do Flamengo”, O Globo, 26 de julho de 1965.
  11. “Notre pays accorde des facilités à ‘Rivarol’, hebdomadaire le plus raciste, le plus antisémite et les plus négationniste qui soit”, Le Monde, 07 de março de 2022. https://www.lemonde.fr/idees/article/2022/03/07/notre-pays-accorde-des-facilites-a-rivarol-hebdomadaire-le-plus-raciste-le-plus-antisemite-et-le-plus-negationniste-qui-soit_6116395_3232.html
  12. Projeto Memória do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, TJRJ. Verbete biográfico “Martinho Garcez Neto”. http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/2478089/memoria-jud-rj-desembargador-martinho-garcez-neto.pdf
  13. Rebatet, Lucien. “Ce sang était-il donc si pur ?”. Rivarol, 22 de janeiro de 1959.
  14. Livros e artigos
  15. Abreu, Alzira Alves. “Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb)”. Em As esquerdas no Brasil 2. Nacionalismo e reformismo radical (1945-1964), orgs. Jorge Ferreira e Daniel Aarão Reis, 409-432, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.
  16. Alves, Maria Helena Moreira. Estado e oposição no Brasil (1964-1984). São Carlos: Edusc, 2005.
  17. Audigier, François. Histoire du SAC, la part d’ombre du gaullisme. Paris : Stock, 2003.
  18. Belot, Robert. Lucien Rebatet. Le fascisme comme contre-culture. Rennes : Presses Universitaires de Rennes, 2015.
  19. Brun, Catherine (sous la direction de). Guerre d’Algérie : les mots pour la dire. Paris : CNRS, 2014.
  20. Belissa, Marc ; Covo, Manuel; Rakove, Jack et all., “Les indépendances dans l’espace atlantique, v. 1763-v. 1829”. Annales historiques de la Révolution française, 2 (n° 384), 2016: 167-198.
  21. Benevides, Maria Victoria de Mesquita. A UDN e o udenismo. Ambiguidades do liberalismo brasileiro (1945-1965). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
  22. Bernardi, Bruno. “Pour une histoire conceptuelle du politique. Questions de méthode”. Em La Démocratie à l’œuvre. Autor de Pierre Rosanvallon, sous la direction Florent Guénard e Sarah Al-Matary, 31-48, Paris : Seuil, 2015.
  23. Burrin, Phillippe. La Dérive fasciste. Doriot, Déat, Bergery (1933-1945). Paris : Seuil, 2003.
  24. Chaloub, Jorge. “O Brasil dos bacharéis: um discurso liberal udenista”. Lua Nova, São Paulo, 107, 2019: 263-304.
  25. Chaloub, Jorge. “O liberalismo de Carlos Lacerda”. Dados. Revista de Ciências Sociais, 61(4), 2018: 385-428.
  26. Charle, Christophe. Les Intellectuels en Europe au XIXe siècle. Essai d'histoire comparée. Paris: Seuil, 1996.
  27. Charle, Christophe. La crise des sociétés impériales. Allemagne, France, Grande-Bretagne, 1900-1940. Essai d’histoire sociale comparée. Paris: Seuil, 2001.
  28. Chirio, Maud. A política nos quartéis. Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2012.
  29. Comblin, Joseph. Ideologia da Segurança Nacional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
  30. Cunha, Diogo. A Academia Brasileira de Letras durante a ditadura militar (1964-1979). Os intelectuais conservadores entre cultura e política. Curitiba: Appris, 2019.
  31. Cunha, Diogo, “O campo intelectual no Brasil nas décadas de 1960 e 1970: a ‘estrutura cultural conservadora’, as universidades e as esquerdas”. Revista História UNICAP, vol. 3, nº 5, 2016: 100-120.
  32. Cunha, Diogo, “De la ‘Sémaine révolutionnaire’ à la ‘Révolution’ de 1964 : itinéraires, réseaux et lieux de sociabilité de la ‘génération de 1922’”, Brésil(s) – Sciences humaines et sociales, v. 8, 2015 : 215-241.
  33. Dard, Olivier. Voyage au cœur de l’OAS. Paris : Perrin, 2005.
  34. Dard, Olivier, “Jacques Ploncard d’Assac, ‘La voix de l’Occident’” Em Doctrinaires, vulgarisateurs et passeurs des droites radicales au XXe siècle (Europes-Amériques), éd. Oliver Dard, 15-40, Berne : Peter Lang, 2012.
  35. Dard, Olivier. Doctrinaires, vulgarisateurs et passeurs des droites radicales au XXe siècle (Europes-Amériques), Berne : Peter Lang, 2012.
  36. Dard, Olivier. Supports et vecteurs des droites radicales au XXe siècles (Europe-Amériques), Berne : Peter Lang, 2012.
  37. Dard, Olivier. Références et thèmes des droites radicales au XXe siècle (Europe-Amériques), Berne : Peter Lang, 2015.
  38. Dard, Olivier. Organisations, mouvements et partis des droites radicales au XXe siècle (Europe–Amériques), Berne : Peter Lang, 2016.
  39. Dard, Olivier. Pereira, Victor. Vérités et légendes d’une OAS internationale. Paris : Riveneuve éditions, 2013.
  40. Dosse, François. A saga dos intelectuais franceses, 1944-1989. À prova da história (1944-1968). São Paulo: Estação da Liberdade, 2021.
  41. Dosse, François. La Marche des idées. Histoire des intellectuels – histoire intellectuelle. Paris : La Découverte, 2003.
  42. Dreifuss, René, A. 1964 : a conquista do Estado. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.
  43. Espagne, Michel, “La notion de transfert culturel”, Revue Sciences/Lettres, 2013, [En ligne], 1, http://rsl.revues.org/219.
  44. Espagne, Michel. “Sur les limites du comparatisme en histoire culturelle”, Genèse, n. 17, 1994: 112-118.
  45. Ferreira, Jorge. A democracia no Brasil (1945-1964). São Paulo: Atual, 2006.
  46. Koselleck, Reinhart. Futuro passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/Editora PUC-Rio, 2006.
  47. Lovatto, Angélica. “Iseb: do nacional-desenvolvimentismo à revolução brasileira”, Revista Princípios, n. 162, jul./out, 2021: 9-40.
  48. Maia, Tatyana de Amaral. Os cardeais da cultural nacional: o Conselho Federal de Cultura na ditadura civil-militar (1967-1975). São Paulo: Itaú Cultural: Iluminuras, 2012.
  49. Marchi, Ricardo. “La Défense de l’Occident : la dernière tranchée pour l’extrême droite européenne des années de guerre froide”. Em Références et thèmes des droites radicales au XXe siècle (Europe-Amériques), orgs. Olivier Dard, 273-302, Peter Lang : Berne, 2015.
  50. Martins, João Roberto, “A educação dos golpistas: cultura militar, influência francesa e golpe de 1964”, comunicação apresentada no Congresso The Cultures of Dictatorship: historical reflections on the brazilian golpe of 1964, Maryland University, 2004.
  51. Martins, João Roberto. “Forças armadas e política, 1945-1964: ante-sala do golpe”. Em O Brasil Republicano 3. O tempo da experiência democrática, da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964, orgs. Jorge Ferreira e Lucília de Almeida Neves Delgado, 97-126, Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2003.
  52. Miguel, Luís Felipe. “Segurança e desenvolvimento: peculiaridades da ideologia de segurança nacional no Brasil”, Diálogos latinoamericanos, n. 005, Universidade de Aarhus, Aarhus, 2002: 40-56.
  53. Mounier, Emmanuel. Le personnalisme. Paris : Presses Universitaires de France, 1949.
  54. Nabuco de Araujo, Rodrigo. “L’art français de la guerre. Transferts de la doctrine de la guerre révolutionnaire au Brésil (1958-1974)”, Cahiers des Amériques latines, v. 70, 2012 : 39-58.
  55. Nabuco de Araujo, Rodrigo. “L’appel à l’ennemi : l’anticommunisme à l’École supérieure de guerre au Brésil (1954-1964)”, Les Cahiers de Framespa, n. 36, 2021 [En ligne : DOI : https://doi.org/10.4000/framespa.10584].
  56. Page, Joseph. A Revolução que nunca houve. Rio de Janeiro: Record, 1972.
  57. Pécaut, Daniel. Entre le Peuple et la Nation. Les intellectuels et la politique au Brésil (1920-1980). Paris : Maison des Sciences de L’Homme, 1989.
  58. Perville, Guy. Pour une histoire de la guerre d’Algérie. Paris : Éditions Picard, 2002.
  59. Picco, Pauline. Liaisons dangereuses : les extrêmes droites en France et en Italie (1960-1984), Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2016.
  60. Porfirio, Pablo. Medo, comunismo e revolução: Pernambuco (1959-1964). Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2009.
  61. Rosanvallon, Pierre. Pour une histoire conceptuelle du politique. Paris : Seuil, 2003.
  62. Sirinelli, Jean-François. “Le hasard ou la nécessité ? Une histoire en chantier : l’histoire des intellectuels”, Vingtième siècle. Revue d’histoire, volume 9, numéro 9, 1986: 97-108.
  63. Sirinelli, Jean-François. “Os intelectuais”. Em Por uma história política, org. René Rémond, 231-269, Rio de Janeiro, FGV: 2003.
  64. Sirinelli, Jean-François. Génération intellectuelle : Khâgneux et normaliens dans l'entre deux guerres. Paris : PUF, 1994.
  65. Sirinelli, Jean-François, e Rioux, Jean-Pierre (Sous la direction de). La Guerre d’Algérie et les intellectuels français. Paris : Éditions Complexes, 1991.
  66. Sirinelli, Jean-François, e Ory, Pascal. Les intellectuels en France. De l’Affaire Dreyfus à nos jours. Paris: Armand Collin, 2002.
  67. Stepan, Alfred. The Military in Politics: Changing Patters in Brazil. Princeton: Princeton University Press, 1971.
  68. Stora, Benjamin. Histoire de la guerre d’Algérie, 1954-1962. Paris : La Découverte, 2004.
  69. Thénault, Sylvie. Une drôle de justice. Les magistrats dans la guerre d’Algérie, La Découverte, 2001.
  70. Stora, Benjamin. Histoire de la guerre d’indépendance algérienne. Paris : Flammarion, 2005.
  71. Toledo, Caio Navarro, ISEB: Fábrica de Ideologias, São Paulo, Ática, 1978.
  72. Werner, Michel.; Zimmermann Bénédicte, “Penser l’histoire croisée: entre empirie et réflexivité”, Annales HSS, janvier-février, n.1, 2003: 7-36.
  73. Winock, Michel, “Les générations intellectuelles”, Vingtième siècle. Revue d’histoire, 22, 1989 : 17-38.
  74. Winock, Michel. Le siècle des intellectuels. Paris : Éditions du Seuil, 1999.