v. 26 n. 2 (2020): Dossiê - Patrimônio e Relações Internacionais
Dossiê

A Universidade de Coimbra e as diversas apropriações da chancela internacional de Patrimônio da Humanidade atribuída pela UNESCO

Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus
Fundação Pró-Memória de Indaiatuba

Publicado 2020-09-10

Palavras-chave

  • Universidade de Coimbra.,
  • Patrimônio Cultural,
  • Relações Internacionais,
  • Patrimônio da Humanidade

Como Citar

Nóbrega de Jesus, Carlos Gustavo. 2020. “A Universidade De Coimbra E As Diversas apropriações Da Chancela Internacional De Patrimônio Da Humanidade atribuída Pela UNESCO”. Locus: Revista De História 26 (2):95-122. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2020.v26.31069.

Resumo

O intuito do artigo é apresentar os resultados da primeira parte da pesquisa ligada ao projeto interdisciplinar “Os diversos usos dos espaços institucionais na preservação do Patrimônio Cultural”, na qual buscou-se analisar o uso e a apropriação da Universidade de Coimbra (UC) e da própria cidade em questão por diversos agentes, a partir da apresentação da instituição de ensino como um Patrimônio Cultural da Humanidade e seus bens edificados como acervos de um museu a céu aberto. A hipótese levantada é que a nomeação pela UNESCO, em 2013, alavancou a iniciativa de utilizar a marca “Coimbra”, especificamente por meio de seu Patrimônio Cultural-Educacional, como um verdadeiro soft power, objetivando reestabelecer a notoriedade da cidade e da Universidade como espaço de desenvolvimento educacional e de pesquisa de ponta em caráter mundial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. Aguiar-Conraria, Luís, Alexandre Fernando e Manuel Correia de Pinho. “O euro e o crescimento da economia portuguesa: uma análise contrafactual”. Análise Social, 203, (2012): 298-321.
  2. Almeida, Maisa. “Processos Urbanos de Patrimonialização Mundial: espaços de contradição e ressignificação dos tecidos urbanos patrimoniais. Tese de Doutoramento, São Paulo, Universidade de São Paulo, 2017.
  3. Barbuy, H. “A conformação dos ecomuseus: elementos para compreensão e análise”. Anais do Museu Paulista, 3, n.1, (1995): 209-236. https://doi.org/10.1590/S0101-47141995000100019
  4. Barão, G. R. “Cultura e diplomacia cultural no século XXI: proposta de revisão do pensamento brasileiro de Relações Internacionais”. Monções: Revista de Relações Internacionais, 3, n. 5, (2014): 74-102.
  5. Bloch, Marc. Apologia da História ou o Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
  6. Brites, Joana Rita da Costa. Arquitectura da CGDCP: filiais e agências da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência (1929-1970). Lisboa: Prosafeita, 2014.
  7. Brites. O capital da arquitectura: Estado Novo, arquitectos e Caixa Geral de Depósitos (1929-1970). Lisboa: Prosafeita, 2014.
  8. Certeau, Michel. A escrita da História. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
  9. Christofoletti, Rodrigo, org. Bens culturais e relações internacionais: o patrimônio como espelho do soft power.
  10. Santos (SP): Editora Universitária Leopoldianum, 2017.
  11. Christofoletti, Rodrigo. 2017. “Patrimônio como Esteio das relações Internacionais”. Anais do 1o Simpósio Científico ICOMOS Brasil. Belo Horizonte, Brasil, maio de 2017.
  12. Cifelli, Gabrielli. “Imagem, representação e o uso turístico do Patrimônio Mundial: uma análise de Ouro Preto (MG) e Salvador (BA)”. Tese Doutorado. Campinas, Unicamp, 2016.
  13. Coimbra. “Documento do dossiê de Candidatura da Universidade de Coimbra a Património da UNESCO”, versão digital, composto por sete volumes: Candidatura a Patrimônio Mundial; Plano de Gestão; Textos Gerais; Influências; Execução; Planos Diretores; e Zona de Proteção. Disponível em: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=852336. Acesso em 10 jun. 2014.
  14. Daniel, Ana Cristina Marques. “Caracterização do Sector Turístico em Portugal”. Tékhne, 14, (2010): 255-276.
  15. Franca, Thais; Padilla, Beatriza. “Acordos bilaterais de cooperação acadêmica entre Brasil e Portugal: Internacionalização ou (pós) colonização universitária?”. Revista Universidades, n. 69 (2016): 57-73.
  16. Foucault, Michel. A Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
  17. Gasici, Diana. “Internacionalização do Ensino Superior em Portugal através dos programas Europeus de Mobilidade”. Dissertação de Mestrado, Lisboa, Universidade de Lisboa Faculdade de Letras, 2016.
  18. Hollanda, Bernardo Buarque de. “Prefácio”. Em Bens culturais e relações internacionais: o patrimônio como espelho do soft power, org. Christofoletti, Rodrigo, 9-12. Santos (SP): Editora Universitária Leopoldianum, 2017.
  19. Junqueira, Cairo Gabriel Borges. “Paradiplomacia: a transformação do conceito nas relações internacionais e no Brasil”. Revista Bib, São Paulo, n. 83 (fevereiro de 2018): 43-68.
  20. Nye J. S. Soft Power: The Means to Success in World Politics. New York: Public Affairs. 2004.
  21. Nora, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Projeto História, n. 10 (1993): 7-28.
  22. Le Goff, Jacques. História e memória. Campinas, SP: Editora Unicamp, 1992.
  23. Marujo, Noémi, Jaime Serra e Maria do Rosário Borges. “Turismo Cultural em Cidades Históricas: a Cidade de Évora e as Motivações do Turista Cultural”. Revista de Investigación em Turismo y Desarrollo local, 6, n. 14 (2013).
  24. Meneses, Ulpiano T. Bezerra de. “Fontes visuais, cultura visual, história visual: balanço provisório, propostas cautelares”. Revista Brasileira de História. vol. 23, n. 45, (2003): 11-36. https://doi.org/10.1590/S0102-01882003000100002
  25. Moutinho, Mário. “Sobre o Conceito de Museologia Social”. Cadernos de Sociomuseologia, v.1, n.1: (1993).
  26. Paiva, Eduardo França. História & Imagens. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
  27. Peixoto, Paulo. 2003. “Centros históricos e sustentabilidade cultural das cidades”. Colóquio: A cidade entre projectos e políticas. Porto, Portugal, junho de 2003.
  28. Pires, Catarina Pereira, e Gilberto Gonçalves Pereira. O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra: Valorização de um património científico secular. Em Coleções científicas luso-brasileiras: patrimônio a ser descoberto, org. Granato, Marcus, e Marta Lourenço, 285-210. Rio de Janeiro: Editora MAST, 2010.
  29. Portugal. Assembleia da República. Lei n.o 107/2001 de 8 de Setembro de 2001. A presente lei estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural, como realidade da maior relevância para a compreensão, permanência e construção da identidade nacional e para a democratização da cultura. Diário da República. 1a. série A.n..o 209, 8 Set. 2001.
  30. Portugal. Presidência do Conselho de Ministros de Portugal. Conselho de Ministros. Resolução n. 74, de 16 de abril de 2013. No processo de revisão do atual PENT, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.o 53/2007, de 4 de abril, iniciado em 2010, identificou-se também a necessidade de antecipar e incorporar o impacto da evolução global da economia e decorrentes alterações – quantitativas e qualitativas – do comportamento do consumidor, com impacto na evolução da procura turística até 2015. Diário da República, 1a. série, n. 74, 16 Abr. 2013.
  31. Portugal. Presidência do Conselho de Ministros de Portugal. Decreto Lei n. 115, de 25 de maio de 2012. O presente decreto- lei representa um contributo para a concretização da política enunciada, em consonância com o disposto na orgânica da Presidência do Conselho de Ministros, no que respeita aos serviços e organismos para a área da cultura, através da criação da estrutura orgânica da Direção Geral do Património Cultural, que, entre outros aspetos, sucede nas atribuições do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, I. P., com exceção das atribuições nos domínios das ações regionais e locais de salvaguarda e acompanhamento do património arqueológico, nas relativas à emissão de parecer sobre os planos, projetos, trabalhos e intervenções nas zonas de proteção dos imóveis classificados ou em vias de classificação que não lhe estejam afetos e no domínio do acompanhamento e fiscalização das obras e intervenções em imóveis situados naquelas zonas de proteção. Diário da República, 1a. série, n. 102, 25 maio 2012.
  32. Portugal. Secretário de estado do turismo de Portugal. Ministério da Economia e da Inovação. Plano Estratégico Nacional de Turismo, n. 1, de 15 de fevereiro de 2007. O principal objetivo deste plano, para além do crescimento económico, é destacar Portugal, a nível europeu, como destino turístico. A principal funcionalidade do PENT é criar uma ligação entre as políticas definidas no sector turístico e outras áreas, como no ordenamento do território, 15 Fev. 2007.
  33. Portugal. Projeto Cluster de Turismo. Lisboa. 16 ago.2017. Disponível em: http://institucional.turismodeportugal.pt/SiteCollectionDocuments/gestao/ficha-projeto-cluster-turismo-compete.pdf. Acesso em 28 jun.2020.
  34. Portugal. Turismo de Portugal. Plano n. 3. O Turismo 2020: Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal, constitui o referencial estratégico que estabelece os objetivos e as prioridades de investimento para o Turismo do País e das Regiões, especificamente para o ciclo de programação comunitária 2014-2020 – Portugal 2020. Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal, 2 Dez. 2013.
  35. Rosamaninho. O poder da arte. O Estado Novo e a Cidade Universitária de Coimbra. Coimbra: Editora IUC, 2006. https://doi.org/10.14195/978-989-26-0377-3
  36. Sousa, Manoel Jorge Nunes de. “Património e Turismo: desafios de uma microempresa de turismo receptor”. Tese de Mestrado, Porto, Faculdade de Letras Universidade do Porto, 2016.
  37. UNESCO. Étude sur les dispositions juridiques nécessaires pour assurer la protection du patrimoine monumental ou naturel des États" de 26 de janeiro de 1968, documento sobre a adoção de medidas em escala internacional, princípios técnicos, científicos e jurídicos aplicáveis no campo de proteção dos bens culturais, dos monumentos e dos sítios, em um estudo sobre as disposições jurídicas necessárias para assegurar a proteção do patrimônio monumental. Disponível em: http://whc.unesco.org/archive/1968/shc-cs-27-8f.pdf. Acesso em 9 jul. 2020.
  38. Varine, Hughes. “O Ecomuseu”. Ciências & Letras- Revista da Faculdade Porto Alegrense de Educação, 1, n. 27 (2000): 61-90.