v. 27 n. 1 (2021): Dossiê - Visões da História Chinesa
Seção Livre

O sequestro dos estádios de futebol: a dimensão simbólica das novas arenas e a guinada antifascista transnacional nas torcidas

Caio Lucas Morais Pinheiro
Professor de História da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Publicado 2021-05-13

Palavras-chave

  • Arenização. Torcidas organizadas. Torcidas antifascistas. Insurreição clubística.

Como Citar

Lucas Morais Pinheiro, Caio. 2021. “O Sequestro Dos estádios De Futebol: a dimensão simbólica Das Novas Arenas E a Guinada Antifascista Transnacional Nas Torcidas”. Locus: Revista De História 27 (1):338-64. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2021.v27.31064.

Resumo

O presente artigo examina os valores e os sentidos atribuídos por torcedores aos estádios de futebol diante dos embates em torno das novas arenas multiuso. A partir da experiência da Arena Castelão, localizada na cidade de Fortaleza, investigamos como os estádios de futebol se alicerçam enquanto bens culturais representativos de uma coletividade que ganham valor de patrimônio. À vista disso, o processo de arenização, ao atender as demandas de mercado e da lógica capitalista de produção do lucro no espaço futebolístico, provocou controvérsias e reações de diferentes agrupamentos coletivos de torcedores. Como sintoma e efeito das transformações hipermecantilizadas, este artigo avalia a emergência das torcidas antifascistas no século XXI em um quadro histórico mais amplo dos modelos coletivos do torcer, expressados por meio da metáfora do movimento primeira, segunda, terceira e quarta ondas. Dessa maneira, utilizando narrativas, imagens e periódicos como fontes históricas, sugerimos entender o processo de arenização como uma tentativa de sequestro dos mais genuínos valores, comportamentos, expressões e referência cultural que os estádios de futebol adquiriram, reordenamento imputado, portanto, à revelia dos torcedores.

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