Publicado 2020-09-10 — Atualizado em 2021-04-30
Versões
- 2021-04-30 (2)
- 2020-09-10 (1)
Palavras-chave
- Nazismo,
- Holocausto,
- Historiografia
Como Citar
Copyright (c) 2020 Karl Schurster, Alana de Moraes Leite
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Resumo
Este artigo tem como objetivo central discutir as batalhas historiográficas que se formaram em torno do fenômeno nazista. A escrita da História da Shoah por muito foi secundarizada em prol da escrita do Nacional-socialismo; em seguida, a discussão esteve presa a esta e, por fim, chegou à independência, conquistando um lugar próprio na historiografia. Consideramos que toda a historiografia acerca do Nacional-socialismo – as discussões advindas da Escola de Frankfurt, a abordagem da Escola de Bielefeld, o debate entre intencionalistas e funcionalistas e seus desdobramentos em algumas frentes na querela dos historiadores, o revisionismo, a partir do debate realizado entre Hayden White e Carlo Ginzburg e as discussões historiográficas situadas no pós-Guerra Fria – é o que possibilita o atual estágio de desenvolvimento das pesquisas acerca da shoah. A historiografia que tem se debruçado sobre a análise da querela dos historiadores alemães aponta para a característica de que o debate não fez avançar os estudos do regime nazista em termos de conhecimento real, fazendo-se preciso atentar ao fato de que o interesse em acontecimentos cronológicos ou na história alemã não era o objetivo, ao menos para uma parte
dos historiadores, da produção que se desenvolvia. Antes disso, uma forte contribuição no sentido historiográfico pode ser notada no que concerne à relação do historiador com as suas, como queria Michel de Certeau, condições de produção. O posicionamento quanto ao contexto, à narrativa, aos limites da escrita histórica e à responsabilidade social do historiador são, indubitavelmente, avanços proporcionados pela historiografia do Nacional-socialismo.
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