Esta é uma versão desatualizada publicada em 2020-09-10. Leia a versão mais recente.
Artigos
Do “povo amorfo” ao populismo. A trajetória do conceito de populismo nas ciências sociais brasileiras.
Publicado 2020-09-10
Versões
- 2021-04-30 (2)
- 2020-09-10 (1)
Palavras-chave
- Povo amorfo,
- Populismo,
- Trabalhismo
Como Citar
Gentile, Fábio. 2020. “ A trajetória Do Conceito De Populismo Nas Ciências Sociais Brasileiras”. Locus: Revista De História 26 (2):459-80. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2020.v26.30018.
Resumo
Este artigo pretende fornecer um panorama analítico, histórico-crítico e metodológico, embora não exaustivo, dos usos do conceito de populismo nas ciências sociais brasileiras. A hipótese central, sustentada no trabalho, é que, embora não seja possível individuar uma verdadeira teoria do populismo brasileiro na década de 1920 e 1930, é necessário reconhecer que o conceito de “povo amorfo” elaborado pelos teóricos do Estado autoritário varguista abriu o caminho para o uso do conceito de populismo na análise dos processos de modernidade-modernização brasileira do século XX.
Downloads
Não há dados estatísticos.
Referências
- Abranches, Sérgio. Presidencialismo de coalizão: raízes e evolução do modelo político brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
- Amaral, Azevedo. O Estado autoritário e a realidade nacional. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1938.
- Beired, José Luís B. Sob o signo da Nova Ordem: intelectuais autoritários no Brasil e na Argentina (1914-1945). São Paulo: Loyola/Programa de Pós-Graduação em História Social-USP, 1999.
- Bielschowsky, Ricardo. Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 1988.
- Bresciani, Maria S. O charme da ciência e a sedução da objetividade: Oliveira Vianna entre interpretes do Brasil. São Paulo: editora Unesp, 2004.
- Boisard, Stephane. “Del totalitarismo al populismo: el enemigo antiliberal en el discurso de derecha”. Conhecer: Debate entre o Público e o Privado, 10, n. 24 (2020): p. 24-48. https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.24.2686
- Brandão, Gildo Marçal. “Linhagens do pensamento político brasileiro”. Dados – Revista de Ciências Sociais, 48, n. 2 (2005): 231-269. https://doi.org/10.1590/S0011-52582005000200001
- Brandão, Gildo Marçal. Linhagens do pensamento político brasileiro. São Paulo: Editora Hucitec, 2007.
- Buarque de Holanda, Sergio. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1936.
- Caldeira Neto, Odilon. “Neofascismo, Nova República e a ascensão das direitas no Brasil”. Conhecer: Debate entre o Público e o Privado, 10, n. 24 (2020): 120-140. https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.24.2060
- Casimiro Calheiros, Flavio Henrique. A nova direita. Aparelhos de ação política e ideológica no Brasil Contemporâneo. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
- Cerboncini Fernandes, Dmitri, e Debora Messenberg, orgs. “Dossiê: Um espectro ronda o Brasil (à direita)”. Plural - Revista De Ciências Sociais, 25, n.1 (2018). https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2018.149006
- Collor, Lindolfo. Origens da legislação trabalhista brasileira. Porto Alegre: Fundação Paulo do Couto e Silva, 1990.
- Costa Pinto, Antonio, e Federico Finchelstein, orgs. Authoritarianism and corporatism in Europe and Latin America. Crossing boundaries. London: Routledge, 2019. https://doi.org/10.4324/9780203730959
- Donzelli, Maria, e Regina Pozzi, orgs. Patologie della política. Crisi e critica della democrazia tra Otto e Novecento. Roma: Donzelli, 2003.
- Eatwell, Roger, e Matthew Goodwin. National populism: the revolt against liberal democracy. London: Penguin, 2018.
- Fausto, Boris. O pensamento nacionalista autoritário (1920-1940). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
- Feldman, Luiz. “Um clássico por amadurecimento: Raízes do Brasil”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 28, n. 82 (2013): 119-140. https://doi.org/10.1590/S0102-69092013000200008
- Finchelstein, Federico. From fascism to populism in history. Berkeley: University of California Press, 2017.
- Finchelstein, Federico. “Para una historia global del populismo: rupturas y continuidades”. Conhecer: Debate entre o Público e o Privado, 10, n. 24 (2020): 12-23. https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.24.2759
- Ferreira, Jorge, org. O populismo e sua história: debate e crítica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
- Ferreira, Jorge, e Lucília Delgado, orgs. O Brasil republicano. O tempo do liberalismo excludente. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, v. 1, 2003.
- Fonseca, Pedro Cesar Dutra e Ivan C. Salomão. “Vargas e Goulart: o populismo em questão”. Conhecer: Debate entre o Público e o Privado, 10, n. 24 (2020): 66-97. https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.24.1942
- Gellner, Ernest, e Ghita Ionescu. Populism: its meaning and national characteristics. London: Weidenfeld & Nicolson, 1969.
- Ianni, Octavio. O colapso do populismo no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
- Gomes, Ângela M. C. A invenção do trabalhismo. São Paulo: Vértice, 1988.
- Gomes, Ângela M. C. “O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito”. Em: O populismo e sua história: debate e crítica, org. Jorge Ferreira, 17-59. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
- Gros, Denise. “Institutos Liberais, neoliberalismo e políticas públicas na nova república”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 19, n.54 (2004): 143-159. https://doi.org/10.1590/S0102-69092004000100009
- Lamounier, Bolívar. “Formação de um pensamento político autoritário na Primeira República: uma interpretação”. Em: História geral da civilização brasileira, v. 2, t. 3, org. Boris Fausto, 345-374. São Paulo: Difel, 1977.
- Lippi, Lucia. A questão nacional na Primeira Republica. São Paulo: Brasiliense, 1990.
- Lombardi, Fernanda. “O pensamento político de Alberto Torres: a reforma constitucional e o Estado Brasileiro”. Em: Revisão do pensamento conservador, orgs. André Botelho, e Gabriela Ferreira, 95-118. São Paulo: Hucitec, 2010.
- López Segrega, Francisco. América Latina: crisis del posneoliberalismo y ascenso dela nueva derecha. Buenos Aires: Clacso, 2016.
- Love, Joseph L. O regionalismo gaúcho e as origens da revolução de 1930. São Paulo: Perspectiva, 1975.
- Lynch Christian Edward Cyril. “Por Que Pensamento e Não Teoria? A Imaginação Político-Social Brasileira e o Fantasma da Condição Periférica (1880-1970)”. Dados - Revista de Ciências Sociais, 56, n. 4 (2013): 727-767. https://doi.org/10.1590/S0011-52582013000400001
- Manin, Bernard. The principles of representative government. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.
- Maia, João Marcelo Ehlert. “Esquerda e Escola Paulista de Sociologia: Um Itinerário Sociológico do Conceito de Populismo”. Teoria & Sociedade (UFMG), v. 10, (2003): 60-83.
- Maia, João Marcelo Ehlert. “História da sociologia como campo de pesquisa e algumas tendências recentes do pensamento social brasileiro”. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, 24, (2017):111-128. https://doi.org/10.1590/s0104-59702017000100003
- Mény, Yves. Popolo ma non troppo. Il malinteso democrático. Bologna: Il Mulino, 2019.
- Meny, Yves, e Yves Surel. Par le peuple. Pour le peuple. Le populisme et les démocraties. Paris: Fayard, 2000.
- Messemberg, Débora. “A direita que saiu do armário: a cosmovisão dos formadores de opinião dos manifestantes de direita brasileiros”. Revista Sociedade e Estado, 32, n. 3 (2017): 621-647. https://doi.org/10.1590/s0102-69922017.3203004
- Mouffe, Chantal. For a Left Populism. New York: Random House, 2018.
- Oliveira Vianna, Francisco Jose de. Problemas de direito sindical. Rio de Janeiro: Max Limonad, 1943.
- Oliveira Vianna, Francisco Jose de. Populações meridionais do Brasil. Brasília: Ed. Senado Federal, 2005 (1920).
- Oliveira Vianna, Francisco Jose de. Pequenos estudos de psicologia social. São Paulo: Monteiro Lobato, 1923.
- Oliveira Vianna, Francisco Jose de. Problemas de política objetiva. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930.
- Oliveira Vianna, Francisco Jose de. O idealismo da Constituição. 2a. Edição, aumentada. Rio de Janeiro: Companhia editora nacional, 1939.
- Pereira, Leandro. Plínio Salgado: um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2017.
- Perlatto, Fernando. “Ângela de Castro Gomes: trajetória intelectual e percursos do conceito de populismo”. Conhecer: Debate entre o Público e o Privado, 10, n. 24 (2020): 98-119. https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.24.2760
- Sallum, Brasilio Jr. “Crise política e impeachment”. Novos Estudos CEBRAP, 35, n. 2 (2016): 183-
- https://doi.org/10.25091/S0101-3300201600020010
- Silva, Ricardo. A ideologia do Estado autoritário no Brasil. Chapecó: Argos, 2004.
- Singer, André. Os sentidos do lulismo. Reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
- Thompson, Edward P. The making of the English working class. London: Victor Gollancz, 1963.
- Torres, Alberto. A organização nacional. Rio de Janeiro: Imprensa nacional, 1914.
- Trindade, Helgio. Integralismo: o fascismo brasileiro na década de trinta. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1974;
- Trindade, Helgio. A tentação fascista no Brasil: imaginário de dirigentes e militantes integralistas. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2016.
- Vargas, Getúlio. A nova política do Brasil: da aliança liberal às realizações do primeiro ano de governo, 1930- 1931. Rio de Janeiro: José Olympio, 1938, v. 1.
- Vargas, Getúlio. Diário. Rio de Janeiro: Editora Sciliano/FGV, 2005, v. 2.
- Velasco e Cruz, Sebastião, André Kaysel, e Gustavo Codas, orgs. Direita, Volver! O retorno da direita e o ciclo político brasileiro. São Paulo: Editora da Fundação Perseu Abramo, 2015.
- Vieira, Evaldo. Autoritarismo e corporativismo no Brasil. São Paulo: Cortez, 1981.
- Waizbort, Leopoldo. “O mal-entendido da democracia. Sergio Buarque de Hollanda, Raizes do Brasil, 1936”. Revista Brasileira De Ciências Sociais, 26, n. 76 (2011): 39-62. https://doi.org/10.1590/S0102-69092011000200003
- Weffort, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.