v. 26 n. 1 (2020): Dossiê - Identidades e sexualidades hegemônicas e contra-hegemônicas. Feminidades e masculinidades em tempos autoritários
Dossiê

Entre tanques e lenços: domesticidade e trabalho feminino na propaganda de guerra estadunidense (1941-1943)

Publicado 2020-04-17

Versões

Palavras-chave

  • Domesticidade,
  • Guerra,
  • Gênero,
  • Mulheres,
  • Propaganda

Como Citar

Glik, Sol. 2020. “Entre Tanques E lenços: Domesticidade E Trabalho Feminino Na Propaganda De Guerra Estadunidense (1941-1943)”. Locus: Revista De História 26 (1):80-98. https://doi.org/10.34019/2594-8296.2020.v26.29805.

Resumo

Transformado em arma de guerra pela Office of Cordinator of Interamerican Affaires, o estilo de vida americano-estadunidense chegou aos lares de todo o continente durante a Segunda Guerra Mundial, através de uma ofensiva publicitária sem precedentes. Um poderoso arsenal de imagens, elaborado por diferentes órgãos do Departamento de Estado norte-americano, tinha por objetivo o recrutamento das mulheres para que participassem do esforço de guerra, fosse nos seus lares, no fronte ou na fabricação de armamentos. Por meio de atrativos valores cívicos, a propaganda de guerra incluía no seu repertório diferentes recursos discursivos que, a partir daquele momento, e até muito avançada a posterior Guerra Fria, integrariam o amplo imaginário de uma nova forma de domesticidade”. Este trabalho indaga, em perspectiva histórica e em suportes diversos, a utilização discursiva do gênero com fins de propaganda mediante a articulação entre elementos políticos e econômicos e o cotidiano e a vida doméstica. Este recurso, cuja utilização usualmente damos por óbvia quando nos referimos a governos autoritários, mostra a sua utilidade também para governos democráticos, mesmo quando se pretenda a preservação de um estilo de vida atribuído ao “mundo livre”. A partir do cruzamento de fontes primárias, como a famosa revista estadunidense The Reader’s Digest -nas suas versões estadunidense e latino-americanas- e variados cartazes de propaganda lançados pelo governo dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, se desenvolve a ideia de que as autorrepresentações do governo americano acabaram por formar um complexo enramado ideológico no qual tecem-se os problemas de estado com as questões de gênero.

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