Modernização histórica, modernidade gráfica e tradição literária: a cultura brasileira de massa na literatura de Guimarães Rosa
Publicado 2016-06-29 — Atualizado em 2021-04-23
Versões
- 2021-04-23 (2)
- 2016-06-29 (1)
Palavras-chave
- História,
- Literatura,
- Cultura
Como Citar
Copyright (c) 2015 Bruno Flávio Lontra Fagundes
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Resumo
Numa perspectiva de análise que considera literatura e seus suportes de publicação inseparáveis, este artigo refere-se à literatura de Guimarães Rosa como tributária de códigos e matrizes eruditas, e também de uma cultura de massa brasileira, dos anos 1940 e 1950. Em alguma medida esteticamente devedora de artistas plásticos que ilustram seus livros, presumidamente disponível para intensas trocas intertextuais dos anos do Após-Guerra e trocas intelectuais do pensamento social do Brasil interpretado a partir dos anos 1930, à literatura de Guimarães Rosa pode-se acrescentar a intervenção de itens e materiais identificados a uma cultura de massa, evidentemente retrabalhados pelo escritor no registro de sua invenção e de seu fazer artístico erudito e pluriliterário. Pode-se avaliar, assim, numa época de grande interação de textos artísticos e interpretativos do Brasil à disposição das artes, a sofisticação com que o escritor, pela verdade própria da literatura, pôde figurar o Brasil, revisando a máxima da impossibilidade literária de interação erudição e massa numa obra da qual a crítica fixou uma tradição analítica que a identifica mormente com a erudição. Não é só dos materiais da erudição que vive a obra rosiana. Evidenciar isso é o principal propósito deste artigo.