O comércio das almas e a obtenção de prestígio social: traficantes de escravos na Bahia ao longo do século XVIII
Palavras-chave
- Colônia,
- Bahia,
- Comércio de Escravos,
- Trajetórias Pessoais
Como Citar
Resumo
Uma nova percepção da historiografia aponta a diversidades de redes comerciais, sociais e políticas que interagiam nos Impérios ultramarinos. Os negócios oceânicos conectavam a reprodução de diferentes estruturas sociais, como o entrelaçamento da produção escravista brasileira com as sociedades africanas e com a própria estrutura estamental no reino. Tais práticas podem ser verificadas na Bahia colonial, onde uma das principais atividades mercantis foi o comércio de escravos. Participavam deste negócio não apenas comerciantes nativos, mas também aqueles vindos de além-mar, que se transferiam para a Bahia e inseriam-se na economia Atlântica. A proposta deste artigo é, portanto, focalizar esse grupo de homens que desempenharam papel preponderante na vida colonial baiana ao longo do século XVIII e início do XIX. A partir de dados quantitativos e bibliografia específica buscaremos estabelecer o perfil dos comerciantes de escravos estabelecidos na Bahia. Para tanto, introduziremos os indivíduos no centro da análise. Seguir a trajetória de alguns personagens que atuavam no trato de africanos estabelecidos na Bahia não terá um caráter meramente ilustrativo. O objetivo ao reduzir a escala de observação será trilhar caminhos percorridos pelos comerciantes de homens testando a viabilidade de alguns perfis de carreira, apontando as relações nas quais estes indivíduos estavam inseridos, bem como suas estratégias e escolhas, o que seria impossível de observar apenas com uma análise macro. Desta forma, escolheremos aquelas histórias cujos percursos individuais nos pareçam mais reveladores da forma como os comerciantes de escravos atuavam e interagiam numa sociedade pré-industrial.