Revoltas fiscais, confrontos e circulações na AOF: a insurreição de 1902-1903 no país de Pallaka (Norte da Costa do Marfim)
Palavras-chave
- Revoltas Fiscais,
- Confrontos,
- Circulações,
- África Ocidental Francesa,
- Insurreição Pallaka
- Costa do Marfim ...Mais
Como Citar
Resumo
O principal objetivo deste artigo é destacar o papel da migração como uma forma de evitar captação fiscal na África Ocidental Francesa (AOF), através do estudo de revolta dos Pallakas entre 1902 e 1903. Localizado a noroeste da cidade de Jula Kong, no norte da Costa de marfim, Pallaka pertence ao grupo etnocultural e linguístico Senufo que é classificado, segundo Maurice Delafosse, Baumann e Wastermann, no conjunto voltaico que inclui a Costa do Marfim, o Alto Volta (Burkina Faso) e Sudão francês. Relembrar isto não é fortuito. Explica a intensidade das circulações Pallaka – que rompia com a ordem colonial – entre três colônias da Federação e com base em redes sociais antigas de ambos os lados das fronteiras coloniais, para protestar contra a imposto da palhota e o trabalho de carregador. O presente estudo tem como primeiro objetivo entender as fontes da violência colonial, analisando as implicações da Lei das Finanças de 1900, em termos pressão fiscal que levou a um duplo confronto entre, de um lado os franceses e os Pallaka insurgentes, e entre estes últimos e os chefes locais por outro lado. O segundo eixo analisa os modos de expressão desta revolta fiscal que, pela intensidade de circulação dos insurgentes em diferentes territórios, testou constantemente o aparelho repressivo do estado colonial, mostrando os limites do modelo francês de desenvolvimento.