Panorama epidemiológico da esquistossomose em Minas Gerais, Brasil: estudo ecológico de 2018 a 2023
Palabras clave:
Esquitossomose Mansoni, Epidemiologia, Doenças NegligenciadasResumen
Introdução: A esquistossomose é uma endemia relevante no Brasil, especialmente em Minas Gerais, representando um desafio de saúde pública. A infecção pelo Schistosoma mansoni ocorre por contato com água contaminada, associando-se à pobreza e à falta de saneamento básico. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico e a distribuição da esquistossomose em Minas Gerais entre 2018 e 2023, incluindo notificações, internações e óbitos. Materiais e Métodos: Realizou-se um estudo ecológico, descritivo e quantitativo, utilizando dados secundários do Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). A análise incluiu tabulação, gráficos e mapas elaborados com TabNet® e Excel® e construção do mapa temático com o Qgis® 3.28.0. Resultado: Entre 2018 e 2023, notificaram-se 9.239 casos de esquistossomose, com maior incidência em 2018 (2069 casos; 10,07 por 100.000 habitantes). Os grupos mais afetados foram homens (63,7%), pardos (57,9%) e pessoas entre 20-59 anos (68%). A forma intestinal predominou (56,4%). O ano de 2020 registrou a maior taxa de letalidade (7,82%). As macrorregiões Centro e Leste concentraram a maioria dos óbitos, enquanto o Vale do Aço apresentou redução significativa de casos, em contraste com aumento na macrorregião Leste do Sul. Conclusão: A esquistossomose permanece um problema em Minas Gerais, com distribuição desigual associada à infraestrutura deficiente e fatores socioeconômicos. A pandemia de COVID-19 prejudicou o programa de controle da esquistossomose, aumentando as taxas de letalidade. A redução de casos no Vale do Aço sugere intervenções eficazes, enquanto o aumento no Leste do Sul demanda ações mais focalizadas. Melhorias no saneamento, fortalecimento da vigilância epidemiológica e políticas públicas eficazes são essenciais para reduzir desigualdades e o impacto da doença no estado.
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Citas
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