Análise das intervenções farmacêuticas em unidades de enfermaria de um hospital de ensino no interior de Minas Gerais
Palavras-chave:
Assistência Farmacêutica, Farmacoterapia, Efeitos Colaterais e Reações Adversas Relacionados a Medicamentos, Serviço de Farmácia ClínicaResumo
Introdução: Pacientes hospitalizados estão sujeitos a uma variedade de riscos devido à ampla gama de fármacos, equipamentos especializados, procedimentos invasivos e à exposição a microrganismos presentes em ambientes hospitalares. Nesse contexto, intervenções farmacêuticas integradas às práticas multiprofissionais podem desempenhar um papel crucial na tomada de decisões relacionadas à farmacoterapia, visando garantir o uso racional de medicamentos e minimizar potenciais problemas associados à sua utilização. Objetivo: Analisar as intervenções farmacêuticas correlacionando-as com o perfil farmacoterapêutico de pacientes internados nas unidades de enfermaria adulta de um hospital de ensino no interior de Minas Gerais, no período de janeiro a dezembro de 2022. Material e Métodos: Foi realizado um estudo transversal, do tipo retrospectivo observacional, analisando os indicadores de adesão às intervenções farmacêuticas de acordo com o protocolo da instituição, identificando, classificando e quantificando as intervenções farmacêuticas e as adesões pela equipe multiprofissional. Resultados e Discussão: No período do estudo, foram realizadas 1.062 intervenções farmacêuticas. A maioria dos pacientes era do gênero feminino (54,3%), com faixa etária acima de 66 anos (59,6%). As patologias mais frequentes encontradas nos pacientes foram hipertensão arterial sistêmica (71,7%) e diabetes mellitus (40,6%). As intervenções foram realizadas principalmente em pacientes classificados como de alto risco no escore farmacêutico (46,4%), com maior prevalência no setor de Clínica Médica (30,6%). As intervenções farmacêuticas obtiveram alta aceitabilidade (86,7%), e as principais intervenções realizadas foram relacionadas à substituição de fármacos (19%), medicamentos padronizados (16,1%) e orientação farmacêutica (13,5%). Conclusão: Os resultados destacaram a relevância do papel do farmacêutico clínico inserido na equipe multiprofissional em unidades hospitalares, contribuindo para a obtenção de respostas terapêuticas mais eficazes e promovendo o uso racional de medicamentos.
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