Avaliação de sedação, analgesia, síndrome de abstinência e delirium em uma unidade de terapia intensiva pediátrica

Autores/as

  • Dayra Aparecida de Almeida Pinheiro Hospital Regional João Penido, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6490-6563
  • Pedro Paulo Teixeira Baraky Hospital Regional João Penido, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Letícia Gomes de Oliveira Valentin Hospital Regional João Penido, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Sílvia Paschoalini Azalim de Castro Hospital Regional João Penido, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.

Palabras clave:

Analgesia, Sedação Profunda, Tolerância a Medicamentos, Síndrome de Abstinência a Substâncias, Delirium

Resumen

Introdução: Práticas de sedação e analgesia são essenciais em UTI pediátrica. O emprego e manejo dos fármacos para atingir tais objetivos deve ser criterioso e feito de forma responsável, evitando desencadear síndrome de abstinência e delirium. A publicação de dados dessa natureza contribui para a discussão sobre o uso apropriado de fármacos analgésicos e sedativos e a aplicação de escalas de avaliação de dor, grau de sedação, abstinência e delirium, em que seja alcançado maior conforto ao paciente, menor tempo de internação e morbidade. Objetivo: Identificar, dentre as crianças hospitalizadas em uso de ventilação mecânica em uma UTI pediátrica e que utilizaram analgésicos opioides e sedativos, as que desenvolveram tolerância, SA e delirium, e avaliar se foram utilizados protocolos e escalas para manejo, diagnóstico, prevenção e tratamento desses transtornos. Material e Métodos: Foi realizado um estudo observacional descritivo, com coleta de dados em prontuários, analisando dados de pacientes internados em UTI pediátrica, tais como:  diagnóstico sindrômico na admissão, uso de medicações em infusão contínua, rodízio de analgossedação e o desenvolvimento, diagnóstico, prevenção e tratamento de tolerância, SA e delirium. Resultados: Fentanil foi o medicamento mais utilizado, seguido por midazolam. Não foi identificada aplicação de protocolo de rodízio de analgossedação ou despertar diário; 33,3% dos pacientes desenvolveram tolerância; 65,8% tiveram SA. Observou-se que, nos pacientes diagnosticados com tolerância e SA, rocurônio foi utilizado por mais dias em comparação aos pacientes que não receberam tais diagnósticos. Não foram aplicadas escalas específicas para delirium e nenhum paciente recebeu este diagnóstico. Conclusão: O estudo incentivou a elaboração de protocolos de analgossedação e rotina de aplicação de escalas para monitoramento da dor e agitação, escalas para rastreio e diagnóstico precoce de SA e delirium no serviço e aumentou o emprego de intervenções não farmacológicas para melhor conforto do paciente durante a internação na UTI pediátrica. 

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Citas

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Publicado

2025-07-21

Cómo citar

1.
de Almeida Pinheiro DA, Teixeira Baraky PP, Gomes de Oliveira Valentin L, Paschoalini Azalim de Castro S. Avaliação de sedação, analgesia, síndrome de abstinência e delirium em uma unidade de terapia intensiva pediátrica . HU Rev [Internet]. 21 de julio de 2025 [citado 5 de diciembre de 2025];51:1-5. Disponible en: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/47303

Número

Sección

Artigos Originais