Frequência de consumo de alimentos fonte de ferro entre crianças de 6 a 59 meses atendidas pela Estratégia de Saúde da Família

Autores

  • Clarice Lima Alvares da Silva Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora - campus Governador Valadares http://orcid.org/0000-0002-1257-8964
  • Mariany Cristine Peres Ferreira Departamento de Nutrição. Instituto de Ciências da Vida. Universidade Federal de Juiz de Fora-campus Governador Valadares
  • Pollyanna Costa Cardoso Pires Departamento de Nutrição. Instituto de Ciências da Vida. Universidade Federal de Juiz de Fora-campus Governador Valadares
  • Raquel Tognon Ribeiro Departamento de Farmácia. Instituto de Ciências da Vida. Universidade Federal de Juiz de Fora-campus Governador Valadares.

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2019.v45.27795

Palavras-chave:

Ferro, Anemia Ferropriva, Comportamento Alimentar, Criança

Resumo

Introdução: A introdução da alimentação complementar de forma adequada e a formação de hábitos alimentares saudáveis são grandes desafios no Brasil, onde muitos alimentos importantes para o desenvolvimento das crianças não lhe são ofertados devido a crenças, tabus e culturas regionais, bem como acesso e disponibilidade. Alguns desses alimentos atuam diretamente na prevenção da anemia ferropriva, como carnes e vísceras, folhas verdes em geral, feijões e gema de ovo. Objetivo: Avaliar a frequência de consumo de alimentos fonte de ferro entre crianças de 6 a 59 meses cadastradas na Estratégia de Saúde da Família. Material e Métodos: Trata-se de estudo transversal realizado com 256 crianças de 6 a 59 meses cadastradas na Estratégia de Saúde da Família de um município no interior do estado de Minas Gerais. Aplicou-se questionário estruturado sobre condições de vida e saúde e frequência alimentar e avaliaram-se dados antropométricos. Utilizaram-se testes de Mann-Whitney e qui-quadrado de Pearson na comparação dos resultados segundo faixa etária da criança, adotando-se p<0,05. Resultados: Os alimentos fonte de ferro mais consumidos foram feijões (79,7%), produtos de padaria (78,9%) e farinhas infantis (29,9%), sendo o consumo dos outros nove alimentos avaliados classificados como raro. Crianças mais velhas apresentaram maior frequência de consumo para vegetais folhosos, carnes vermelhas, aves e ovos, sendo que nas crianças com menos de 24 meses as fórmulas lácteas apresentaram maior frequência, demonstrando introdução tardia dos alimentos fonte de ferro. Conclusão: Foi identificada baixa frequência de consumo dos alimentos fonte de ferro pelas crianças, oportunizando a carência nutricional de ferro, reforçando a importância da orientação da família quanto à diversificação da alimentação da criança de forma a contribuir para a promoção de saúde e prevenção de deficiências como a de ferro.

 

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Biografia do Autor

Clarice Lima Alvares da Silva, Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora - campus Governador Valadares

Possui graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (2006), mestrado em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (2008) e doutorado em Ciências da Saúde/Saúde Coletiva pelo Centro de Pesquisas René Rachou (2013). Atualmente é professor adjunto no Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora, campus avançado de Governador Valadares. Coordenadora do Núcleo de Estudos da Pessoa Idosa (NEPI). Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Análise Nutricional de População, atuando principalmente nos seguintes temas: epidemiologia nutricional, estado nutricional, avaliação nutricional, consumo alimentar, envelhecimento e promoção da saúde.

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Publicado

2020-02-14

Como Citar

1.
Alvares da Silva CL, Ferreira MCP, Pires PCC, Ribeiro RT. Frequência de consumo de alimentos fonte de ferro entre crianças de 6 a 59 meses atendidas pela Estratégia de Saúde da Família. HU Rev [Internet]. 14º de fevereiro de 2020 [citado 19º de abril de 2024];45(4):389-95. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/27795

Edição

Seção

Artigos Originais