Perfil socioeconômico dos pacientes atendidos pelo Centro de Referência em Reabilitação da Hanseníase da Zona da Mata Mineira
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2017.v43.2640Palabras clave:
Bacilo de Hansen, Indicadores Sociais, Serviço SocialResumen
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), que acomete peles e nervos periféricos, com alto poder incapacitante e forte estigma social, provocando um sofrimento aos seus portadores, para além de seus sintomas físicos. Tendo os indicadores sociais um papel determinante nesse processo, objetivou-se traçar o perfil socioeconômico dos pacientes atendidos pelo Centro de Referência em Reabilitação da Hanseníase da Zona da Mata Mineira. Para tanto, foram analisados 99 prontuários e suas respectivas fichas de abordagem social, dos usuários atendidos de janeiro de 2004 a junho de 2011. Os resultados apontam o predomínio de pacientes do sexo masculino (54,5%), advindos de áreas urbanas (84,8%), com baixa escolaridade (54,5%) e renda familiar igual ou inferior a dois salários mínimos (60,6%), em faixa etária que compreende a população economicamente ativa, residindo em casa própria (69,7%), com infraestrutura adequada (73,7%), porém convivendo com uma média de quatro ou mais pessoas neste mesmo espaço (24,2%). Tais resultados demonstraram que os protocolos de intervenções clínicas devem integrar-se às medidas de melhoria das condições de vida da população para uma efetiva política de controle da doença, uma vez que sua ocorrência está diretamente relacionada às desigualdades sociais existentes.
Descargas
Citas
ALVES, A. C. R. Gestão da Assistência à Saúde no HU/CAS/UFJF: Uma Análise Sobre o Modo Tecnológico de Intervenção. 147 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva), Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009.
ALVES, A.C.R. Reflexões sobre o processo de trabalho na área saúde e suas implicações no cotidiano profissional do Serviço Social, na realidade do Hospital Universitário de Juiz de Fora. Libertas, Juiz de Fora, v. 5, n. especial, p. 264-286, jan./dez. 2005.
AQUINO, D. M. C. et al. Perfil dos pacientes com hanseníase em área hiperendêmica da Amazônia do Maranhão, Brasil. Revista Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 36, n. 1, p. 57-64, jan./fev. 2003.
BRASIL. Guia para Controle da Hanseníase. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
BRASIL. Pactos pela vida, em defesa do SUS e de gestão. Brasília, 2006.
BRASIL. Vigilância em saúde: situação epidemiológica da Hanseníase no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
BRASIL. Guia de apoio para grupos de autocuidado em hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
BRASIL. Anuário do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda 2010/2011: mercado de trabalho. 3. ed. São Paulo: DIEESE, 2011.
CORRÊA, B. J, et al. Associação entre sintomas depressivos, trabalho e grau de incapacidade na hanseníase. Acta Fisiátrica, Bauru, v. 21, n. 1, p. 1-5, dez. 2013.
DUARTE, M. T. C.; AYRES, J. A.; SIMONETTI, J. P. Perfil Socioeconômico e Demográfico de Portadores de Hanseníase Atendidos em Consulta de Enfermagem. Revista Latino-americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 15, n. especial, p. 774-779, set./out. 2007.
DUCATTI, I. A Hanseníase no Brasil na Era Vargas e a Profilaxia do Isolamento Compulsório: Estudos Sobre o Discurso Científico Legitimador. 199 f. Dissertação (Pós-Graduação em História Social), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
EVANGELISTA, C. M. N. Fatores Socioeconômicos e Ambientais Relacionados a Hanseníase no Estado do Ceará. 89 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2004.
FREITAS, A. M. et al. Effect of a change in treatment time on leprosy endemicity in Juiz de Fora, Brazil. HU Revista, Juiz de Fora, v. 36, n. 1, p. 5-11, jul. 2010.
FIGUEIREDO, M. F. S. A Educação em Saúde sob a Percepção do Usuário da Estratégia Saúde da Família em Montes Claros, Minas Gerais. 99 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde), Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, 2010.
IBGE. Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por sexo. Brasil – 2007/2013. Brasil, 2013. Disponível em: http://brasilemsintese.ibge.gov.br/educacao/taxa-de-analfabetismo-das-pessoas-de-15-anos-ou-mais.html . Acesso em: 15 fev.2016.
LOPES, V. S.; RANGEL, E. M. Hanseníase e vulnerabilidade social: uma análise do perfil socioeconômico de usuários em tratamento irregular. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 38, n. 103, p. 817-829, dez. 2014.
MELLO, L. M. B. As Implicações da Hanseníase nas Atividades Laborais de Trabalhadores Rurais acompanhados no Centro de Referência do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. 102 f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.
MINUZZO, D. A. O Homem Paciente de Hanseníase (Lepra): Representação Social, Rede Social Familiar, Experiência e Imagem Corporal. 140 f. Dissertação (Mestrado em Políticas de Bem-Estar em perspectiva: evolução, conceitos e actores), Universidade de Évora, Évora, 2008.
SAVASSI, L. C. M. Hanseníase: Políticas Públicas e Qualidade de Vida de Pacientes e seus Cuidadores. 196 f. Dissertação (Mestrado em Ciências e Saúde Coletiva), Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, 2010.
SEIXAS, M. B.; LOURES, L. F.; MÁRMORA, C. H. C. Perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes em atendimento fisioterapêutico no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. HU Revista, Juiz de Fora, v. 41, n. 1, p. 7-13, jan-jun. 2015.
SIMÕES, M. J. S.; DELELLO, D. Estudo do comportamento social dos pacientes de hanseníase do município de São Carlos, São Paulo. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 7, n. 1, p. 10-15, dez. 2005.
SOUZA, N. P. et al. Análise da qualidade de vida em pacientes com incapacidades funcionais decorrentes de Hanseníase. Hansenologia Internationalis, v. 36, n.1, p. 11-16, jan. 2011.
WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global leprosy update, 2016; disease burden. Weekly epidemiological record, v. 92, n. 35, sep. 2017.
Descargas
Archivos adicionales
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Cessão de Primeira Publicação à HU Revista
Os autores mantém todos os direitos autorais sobre a publicação, sem restrições, e concedem à HU Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento irrestrito do trabalho, com reconhecimento da autoria e crédito pela citação de publicação inicial nesta revista, referenciando inclusive seu DOI.