Relação entre ferro e folato dietético e a qualidade da dieta materna

Autores

  • Ana Luiza Ferreira de Castro Universidade Federal de Lavras
  • Lahis Cristina Morais de Moura Universidade Federal de Lavras
  • Roberta dos Santos Pinto Universidade Federal de Lavras
  • João Paulo Lima de Oliveira Universidade Federal de Lavras
  • Laudicéia Ferreira Fróis Universidade Federal de Lavras
  • Carolina Martins dos Santos Chagas Universidade Federal de Lavras
  • Lívia Castro Crivellenti Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Lílian Gonçalves Teixeira Universidade Federal de Lavras

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2022.v48.38036

Palavras-chave:

Gravidez, Nutrição Materna, Micronutrientes

Resumo

Introdução: Durante a gestação, são inúmeras as mudanças que permeiam a vida da mulher. Desta forma é fundamental conhecer os hábitos e padrões de consumo alimentar, a fim de elaborar estratégias que elucidem o cuidado e atenção de forma integrativa no período gestacional. Objetivo: Avaliar a correlação entre ingestão materna de ferro e folato dietético e o Índice de Qualidade da Dieta Adaptado para Gestantes (IQDAG). Métodos: Estudo transversal conduzido com 198 gestantes adultas atendidas no município de Lavras - MG.  Foram coletadas informações sociodemográficas através de um questionário estruturado, e os dados obstétricos e antropométricos foram obtidos do cartão de pré-natal das gestantes. O consumo alimentar foi estimado por meio do relato de um dia habitual da dieta e a qualidade da dieta foi avaliada empregando-se o IQDAG. Utilizou-se o teste estatístico Kruskal-Wallis para comparação de características sociodemográficas, obstétricas e antropométricas, como também para a comparação dos valores médios de ingestão de ferro e folato dietético nos diferentes tercis do IQDAG. Resultados: A média de idade das gestantes foi de 27 anos±5,98. A maioria das mulheres apresentavam ensino médio completo (48,5%); renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (49,5%); não planejaram a gestação (62,6%) e era multípara (55,3%). O valor de pontuação média do IQDAG foi de 62,32±13,97. Gestantes com maior ingestão de ferro e folato apresentaram maior pontuação do IQDAG (melhor qualidade da dieta) (r= 0,31; p<0,001; r= 0,33; p<0,001, respectivamente), mesmo sem o uso da suplementação. Conclusões:  O IQDAG pode ser considerado uma ferramenta útil na avaliação da qualidade da dieta de gestantes, independente do uso de suplementos de ferro e folato, pois a ingestão dietética desses nutrientes foi positivamente correlacionada à qualidade da dieta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Burti JS, Andrade LZ, Caromano FA, Ide MR. Adaptações fisiológicas do período gestacional TT: pregnancy physiological adaptations. Fisioter Bras. 2006; 7(5):375-80.

Alves TV, Bezerra MMM. Principais alterações fisiológicas e psicológicas durante o Período Gestacional. Rev Mult Psic. 2020; 14(49):114-26.

Freitas E, Bosco S, Sippel C, Lazzaretti R. Recomendações nutricionais na gestação. Rev Destaques Acadêmicos. 2010; 2(3):85-95.

Juul SE, Derman RJ, Auerbach M. Perinatal iron deficiency: implications for mothers and infants. Neonatology. 2019; 115(3):269-74.

Achebe MM, Gafter-Gvili A. How I treat anemia in pregnancy: iron, cobalamin, and folate. Blood. 2017; 129(8):940-49.

Souza AI, Filho MB, Ferreira LOC. Alterações hematológicas e gravidez. Rev Bras Hematol Hemoter. 2002; 24(1):29-36.

Côrtes MH, Vasconcelos IAL, Coitinho DC. Prevalência de anemia ferropriva em gestantes brasileiras: uma revisão dos últimos 40 anos. Rev Nutr. 2009; 22(3):409-18.

Organização Mundial da Saúde. Diretriz: suplementação diária de ferro e ácido fólico em gestantes. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2013.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Suplementação de Ferro: manual de condutas gerais. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

Zimmermann MB, Burgi H, Hurrell RF. Iron deficiency predicts poor maternal thyroid status during pregnancy. J Clin Endocrinol Metab. 2007; 92(9):3436-40.

Imdad A, Bhutta ZA. Routine iron/folate supplementation during pregnancy: Effect on maternal anaemia and birth outcomes. Paediatr Perinat Epidemiol. 2012; 26(Suppl 1):168-7.

Drukker L, Hants Y, Farkash R, Ruchlemer R, Samueloff A, Grisaru-Granovsky S. Iron deficiency anemia at admission for labor and delivery is associated with an increased risk for cesarean section and adverse maternal and neonatal outcomes. Transfusion. 2015; 55(12):2799-806.

Auerbach M, Auerbach M, Bahrain HF, James SE, Nicoletti M, Lenowitz S et al. Results of the first american prospective study of intravenous iron in oral iron-intolerant iron-deficient gravidas. Am J Med. 2017; 130(12):1402-07.

Scholl TO, Johnson WG. Folic acid: influence on the outcome of pregnancy. Am J Clin Nutr. 2000; 71(5 Suppl):1295S-303S.

Krishnaswamy K, Nair KM. Importance of folate in human nutrition. Br J Nutr. 2001; 85 (Suppl 2):S115-24.

Fonseca VM, Sichieri R, Basilio L, Ribeiro LV da C. Consumo de folato em gestantes de um hospital público do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol. 2003; 6(4):319-27.

Crivellenti LC, Barbieri P, Sartorelli DS. Folate inadequacy in the diet of pregnant women. Rev Nutr. 2014; 27(3):321-327.

Lima HT, Saunders C, Ramalho A. Dietary intake of folate by pregnant women of the municipality of Rio de Janeiro. Rev Bras Saude Matern Infant. 2002; 2(3):303-11.

De-Regil LM, Fernández-Gaxiola AC, Dowswell T, Peña-Rosas JP. Effects and safety of periconceptional folate supplementation for preventing birth defects. Cochrane Database Syst Rev. 2015; 2015(12):CD007950.

McDonald SD, Ferguson S, Tam L, Lougheed J, Walker MC. The prevention of congenital anomalies with periconceptional folic acid supplementation. J Obstet Gynaecol Can. 2003; 25(2):115-21.

Cervato AM, Vieira VL. Dietetic indexes for the assessment of overall diet quality. Rev Nutr. 2003; 16(3):347-55.

Melere C, Hoffmann JF, Nunes MAA, Drehmer M, Buss C, Ozcariz SGI et al. Healthy eating index for pregnancy: adaptation for use in pregnant women in Brazil. Rev Saude Publica. 2013; 47(1):20-8.

Bodnar LM, Siega-Riz AM. A Diet Quality Index for Pregnancy detects variation in diet and differences by sociodemographic factors. Public Health Nutr. 2002; 5(6):801-9.

Rifas-Shiman SL, Rich-Edwards JW, Kleinman KP, Oken E, Gillman MW. Dietary quality during pregnancy varies by maternal characteristics in project viva: a US cohort. J Am Diet Assoc. 2009; 109(6):1004-11.

Crivellenti LC, Cristina D, Zuccolotto C, Sartorelli DS. Desenvolvimento de um Índice de Qualidade da Dieta Adaptado para Gestantes. Rev Saude Publica. 2018; 52:59.

Magalhães EIS, Maia DS, Pereira Netto M, Lamounier JA, Rocha DS. Prevalência de anemia e determinantes da concentração de hemoglobina em gestantes. Cad Saúde Coletiva. 2018; 26(4):384-90.

Lima AAR. Prevalência da deficiência de vitamina D e baixos níveis de ferritina em gestantes atendidas pelo serviço público de saúde de Lavras – MG. Lavras: Universidade Federal de Lavras; 2020.

Linhares AO, Cesar JA. Folic acid supplementation among pregnant women in southern Brazil: Prevalence and factors associated. Cienc e Saude Coletiva. 2017; 22(2):535-42.

Soares RM, Antunes Nunes MA, Schmidt MI, Giacomello A, Manzolli P, Camey S et al. Inappropriate eating behaviors during pregnancy: prevalence and associated factors among pregnant women attending primary care in Southern Brazil. Int J Eat Disord. 2009; 42(5):387-93.

Atalah SE, Castillo LC, Castro SR, Aldea PA. Propuesta de un nuevo estándar de evaluación nutricional en embarazadas. Rev Med Chil. 1997; 125(12):1429-36.

Johnson RK, Soultanakis RP, Matthews DE. Literacy and body fatness are associated with underreporting of energy intake in US low-income women using the multiple-pass 24-hour recall: a doubly labeled water study. J Am Diet Assoc. 1998; 98(10):1136-40.

Universidade Estadual de Campinas (BR). Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Campinas: NEPA- UNICAMP; 2011.

Departament of Agriculture, Agricultural Research Service Research (US). USDA National Nutrient Database for Standard Reference. 2001 [acesso em 23 mai. 2022]. Disponível em: https:// www.ars.usda.gov/northeastarea/beltsville-md/beltsvillehuman-nutrition-research-center/nutrient-data laboratory/docs/sr14-home-page.

Padovani RM, Amaya-Farfán J, Colugnati FAB, Domene SMÁ. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev Nutr. 2006; 19(6):741-60.

Vieira MA, Sally EOF, Barbosa RMS, Ferreira DM. Qualidade da dieta de gestantes adolescentes assistidas na Rede Básica de Saúde. Saúde e Pesqui. 2020; 13(3):515-22.

Lima RM, Leite EVNC, Furtado DF, Dos Santos AM. Prevalence and factors associated with the consumption of folic acid and iron in pregnant women in the brisa cohort. Rev Bras Saude Matern Infant. 2020; 20(3):799-807.

Sato APS, Fujimori E, Szarfarc SC, Borges ALV, Tsunechiro MA. Consumo alimentar e ingestão de ferro de gestantes e mulheres em idade reprodutiva. Rev Latino-Am Enferm. 2010.

Crivellenti LC, Zuccolotto DCC, Sartorelli DS. Association between the diet quality index adapted for pregnant women (IQDAG) and excess maternal body weight. Rev Bras Saude Matern Infant. 2019; 19(2):285-294.

Goldberg GR, Black AE, Jebb SA, Cole TJ, Murgatroyd PR, Coward WA et al. Critical evaluation of energy intake data using fundamental principles of energy physiology: 1. Derivation of cut-off limits to identify under-recording. Eur J Clin Nutr. 1991; 45(12):569-81.

Marchioni D, Gorgulho B, Steluti J. Consumo alimentar: guia para avaliação. Barueri: Manole; 2019.

Downloads

Publicado

2022-12-29

Como Citar

1.
Ferreira de Castro AL, Morais de Moura LC, dos Santos Pinto R, Lima de Oliveira JP, Ferreira Fróis L, Martins dos Santos Chagas C, Castro Crivellenti L, Gonçalves Teixeira L. Relação entre ferro e folato dietético e a qualidade da dieta materna. HU Rev [Internet]. 29º de dezembro de 2022 [citado 28º de março de 2024];48:1-9. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/38036

Edição

Seção

Artigos Originais