Sialolito gigante em glândula submandibular: relato de caso

Autores

  • Júlia Macedo Silva Serviço Especial em Cirurgia Oral, Departamento de Clínica Odontológica, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. https://orcid.org/0009-0007-4007-8389
  • Lucas Quinet de Andrade Bastos Laboratório de Anatomia Patológica, Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. https://orcid.org/0009-0000-0501-0118
  • Breno Nogueira Silva Serviço Especial em Cirurgia Oral, Departamento de Clínica Odontológica, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
  • Matheus Furtado de Carvalho 1Serviço Especial em Cirurgia Oral, Departamento de Clínica Odontológica, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4485-9314

Palavras-chave:

Cálculos dos Ductos Salivares, Glândula Submandibular, Diagnóstico por Imagem, Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico

Resumo

Introdução: A sialolitíase é uma condição benigna caracterizada pela formação de cálculos no sistema ductal ou no parênquima das glândulas salivares. Quando estes cálculos atingem diâmetros maiores do que 15 mm são classificados como sialolitos gigantes. Nestas dimensões, podem obstruir facilmente o fluxo salivar e predispor a ocorrência de processos inflamatórios e infecciosos capazes de impactar negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Relatar um caso clínico raro de sialolito gigante, removido por acesso intra-oral, sendo possível a preservação do parênquima glandular, devido ao criterioso estudo da tomografia computadorizada e ao conhecimento anatômico do cirurgião. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 72 anos de idade, com queixa de “desconforto e sensação de corpo estranho na garganta durante deglutição”, além de episódios recentes de aumento de volume unilateral em região de pescoço associado à febre e de regressão espontânea. Os cortes axial, coronal, sagital e a reconstrução em três dimensões permitiram a localização de um sialolito gigante na face medial da glândula submandibular, acima da inserção do músculo milo-hióideo, condições estas que direcionaram para uma abordagem intra-oral. O material coletado, de formato ovalar, superfície irregular e coloração brancacenta, foi encaminhado para exame histopatológico, conclusivo para cálculo salivar. O paciente encontra-se com dois anos de acompanhamento pós-operatório, sem queixas funcionais ou sinais de recidiva. Conclusão: O conhecimento de anatomia facial associado à interpretação correta da tomografia computadorizada para localização e mensuração da extensão do sialolito foram fundamentais para o escalonamento correto da técnica cirúrgica, capaz de preservar o tecido glandular e de evitar complicações pós-operatórias inerentes ao acesso extra-oral. 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Júlia Macedo Silva, Serviço Especial em Cirurgia Oral, Departamento de Clínica Odontológica, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.

Estudante de Graduação na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, situada em Juiz de Fora, Minas Gerais, na qual obtém experiências extracurriculares como participação como bolsista no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde PET-Saúde/Equidade; membro da Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar - LAOHosp; monitoria, na qual foi monitora bolsista na disciplina Patologia Maxilofacial I e na disciplina Materiais Dentários; e monitora voluntária da disciplina Anatomia Aplicada à Odontologia II; projeto de extensão, no qual foi voluntária, denominado "Bioquímica da Saliva: Estratégias de Prevenção para a Saúde Bucal (SalivAção)".

Breno Nogueira Silva , Serviço Especial em Cirurgia Oral, Departamento de Clínica Odontológica, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.

Graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2005). Treinamento profissional em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial no Hospital Municipal Miguel Couto do Rio de Janeiro-RJ (2007). Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial pela Faculdade de Odontologia de Araraquara - FOAr-UNESP/Ministério da Saúde (jan 2010-jan2013). Fellowship AO no University Hospital of Basel, em Basel -Suíça (2014). Mestrado em Clinica Odontológica com área de concentração em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial na Faculdade de Piracicaba - UNICAMP (2016). Doutorado em Clinica Odontológica com área de concentração em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Piracicaba - UNICAMP (2017). Atualmente, é Professor Adjunto do conjunto de disciplinas Cirurgia Maxilofacial e Anestesiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora.

 

Matheus Furtado de Carvalho , 1Serviço Especial em Cirurgia Oral, Departamento de Clínica Odontológica, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.

Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2003-2008), especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2008-2011), mestrado em Clínica Odontológica pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2009-2011) e doutorado em Ciências Odontológicas com área de concentração em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais pela Universidade de São Paulo (2013-2015), realizando atividade de Internacionalização - Doutorado Sanduíche, no departamento de Cirurgia Maxilofacial da Griffith University (Austrália) pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior (CAPES). É membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial e Professor Adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) - campus Juiz de Fora, atuando nas disciplinas de Anestesiologia em Odontologia e Cirurgia Maxilofacial I, II, III e IV. Possui habilitação em Odontologia Hospitalar pela Conselho Regional de Odontologia (2016), e interesse nas áreas de Cirurgia oral menor, Estomatologia,Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Cirurgia Ortognática.

 

Referências

Badash I, Raskin J, Pei M, Soldatova L, Rassekh C. Contemporary Review of Submandibular Gland Sialolithiasis and Surgical Management Options. Cureus. 2022; 14(8):e28147. DOI: 10.7759/cureus.28147.

Arunkumar KV, Garg N, Kumar V. Oversized submandibular gland sialolith: a report of two cases. J Maxillofac Oral Surg. 2015; 14(Suppl 1):116-9. DOI: 10.1007/s12663-012-0361-y.

Bertin H, Bonnet R, Le Thuaut A, Huon JF, Corre P, Frampas E et al. A comparative study of three-dimensional cone-beam CT sialography and MR sialography for the detection of non-tumorous salivary pathologies. BMC Oral Health. 2023; 23(1):463. DOI: 10.1186/s12903-023-03159-9.

Koch M, Mantsopoulos K, Müller S, Sievert M, Iro H. Treatment of Sialolithiasis: What Has Changed? An Update of the Treatment Algorithms and a Review of the Literature. Clin Med. 2021; 11(1):231. DOI: 10.3390/jcm11010231.

Wu CC, Hung SH, Lin HC, Lee CZ, Lee HC, Chung SD. Sialolithiasis is associated with nephrolithiasis: a case-control study. Acta Otolaryngol. 2016;136:497–500. DOI: 10.3109/00016489.2015.1129068.

Mortazavi H, Tizno A, Azadi A, Samani R, Firoozi N, Hazrati P. What is the impact of previous cholelithiasis on sialolithiasis: A systematic review and meta-analysis. Saudi Dent J. 2024; 36(1):44–51. DOI: 10.1016/j.sdentj.2023.08.010.

Ashindoitiang JA, Nwagbara VIC, Ugbem T, Odoks RK, Solomon UA, Akpan SO, Ogamba N, Asuquo ME. Huge sialolith of the submandibular gland: a case report and review of literature. J Int Med Res. 2023; 51(1):3000605221148443. DOI: 10.1177/03000605221148443.

Teymoortash A, Wollstein AC, Lippert BM, Peldszus R, Werner JA. Bacteria and pathogenesis of human salivary calculus. Acta Otolaryngol. 2002; 122(2):210-4. DOI: 10.1080/00016480252814252.

Grandi R, Capaccio P, Bidossi A, Bottagisio M, Drago L, Torretta S et al. Salivary calculi microbiota: new insights into microbial networks and pathogens reservoir. Microbes Infect. 2019; 21(2):109-112. DOI: 10.1016/j.micinf.2018.10.002.

Kim MJ, Milliren A, Gerold DJ Jr. Salivary Gland Disorders: Rapid Evidence Review. Am Fam Physician [Internet]. 2024 [citado 2024 Jun 12]; 109(6):550-559. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38905553/

Goncalves M, Schapher M, Iro H, Wuest W, Mantsopoulos K, Koch M. Value of Sonography in the Diagnosis of Sialolithiasis: Comparison With the Reference Standard of Direct Stone Identification. J Ultrasound Med. 2017; 36(11):2227-2235. DOI: 10.1002/jum.14255.

Strychowsky JE, Sommer DD, Gupta MK, Cohen N, Nahlieli O. Sialendoscopy for the management of obstructive salivary gland disease: a systematic review and meta-analysis. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2012; 138(6):541-7. DOI: 10.1001/archoto.2012.856.

Anicin A, Urbancic J. Sialendoscopy and CT Navigation Assistance in The Surgery of Sialolithiasis. Radiol Oncol. 2021; 55(3): 284–291. DOI: 10.2478/raon-2021-0015.

Koch M, Zenk J, Iro H. Algorithms for treatment of salivary gland obstructions. Otolaryngol Clin North Am. 2009; 42(6):1173-92, Table of Contents. DOI: 10.1016/j.otc.2009.08.002.

Lommen J, Schorn L, Roth B, Naujoks C, Handschel J, Holtmann H, et al. Sialolithiasis: retrospective analysis of the effect of an escalating treatment algorithm on patient-perceived health-related quality of life. Head Face Med. 2021; 17(1):8. DOI: 10.1186/s13005-021-00259-1.

Estomba CC, Valldeperes-Vilanova A, González-García J, Larruscain-Sarasola E, Sistiaga-Suarez J, Altuna-Mariezcurrena X. Neurological complications and quality of life after submandibular gland resection. A Prospective, non-randomized, single-centre study. Otolaryngol Pol. 2019; 73(6):32-37. DOI: 10.5604/01.3001.0013.4120.

Downloads

Publicado

2025-11-24

Como Citar

1.
Macedo Silva J, Quinet de Andrade Bastos L, Nogueira Silva B, Furtado de Carvalho M. Sialolito gigante em glândula submandibular: relato de caso . HU Rev [Internet]. 24º de novembro de 2025 [citado 5º de dezembro de 2025];51. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/49369

Edição

v. 51 (2025)

Seção

Relato de Caso

Licença

Copyright (c) 2025 Júlia Macedo Silva, Lucas Quinet de Andrade Bastos, Breno Nogueira Silva , Matheus Furtado de Carvalho

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Cessão de Primeira Publicação à HU Revista

Os autores mantém todos os direitos autorais sobre a publicação, sem restrições, e concedem à HU Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento irrestrito do trabalho, com reconhecimento da autoria e crédito pela citação de publicação inicial nesta revista, referenciando inclusive seu DOI.

 

 

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)